Déficit primário do setor público só deverá ser zerado em 2023 — Rádio Senado
Instituição Fiscal Independente

Déficit primário do setor público só deverá ser zerado em 2023

O déficit primário do setor público só deverá ser zerado em 2023. Isso se o ajuste fiscal tiver continuidade. Mas a retomada do crescimento econômico poderá acelerar o equilíbrio das contas. É o que prevê a Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI). O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, lembra que, sem a casa arrumada, quem sofre são os investimentos.

14/09/2018, 11h52 - ATUALIZADO EM 17/09/2018, 15h53
Duração de áudio: 02:19
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: O DÉFICIT PRIMÁRIO DO SETOR PÚBLICO SÓ DEVERÁ SER ZERADO EM 2023. ISSO SE O AJUSTE FISCAL TIVER CONTINUIDADE. LOC: MAS A RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO PODERÁ ACELERAR O EQUILÍBRIO DAS CONTAS. É O QUE PREVÊ A INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE DO SENADO. A REPORTAGEM É DE BRUNO LOURENÇO. (Repórter) O Relatório de Avaliação Fiscal divulgado neste mês pela Instituição Fiscal Independente do Senado destaca que 2019 será mais um ano de déficit primário no setor público. O sexto consecutivo. A boa notícia é que o número é vinte bilhões de reais menor do que o déficit deste ano. Mas continua na casa dos três dígitos: 132 bi. O diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, lembra que, sem a casa arrumada, quem sofre são os investimentos, já que o governo não pode deixar de pagar, por exemplo, os servidores. (Felipe Salto) Então investimento nunca teve tão baixo no caso do Governo Federal e mesmo no caso dos governos estaduais e municipais. Quem vai pagando a conta do ajuste na ausência das reformas é o investimento. Esse é o grande problema porque sem investimento público também não vai haver investimento privado e não vai haver aumento das taxas de crescimento econômico. (Repórter) A Instituição Fiscal Independente apontou ainda que a economia está 6 vírgula 4 por cento abaixo de seu potencial. No ritmo atual, o déficit público só deverá ser zerado em 2023. Mas a retomada do crescimento, de acordo com Felipe Salto, e o aprofundamento das reformas poderiam acelerar um pouco esse processo. (Felipe Salto) No cenário otimista, é um cenário onde a gente considera avanços mais rápidos das reformas e um conjunto maior de reformas, mais intenso, aí em 2022. Então mesmo no cenário otimista só vai ter superávit em 2022. Isso mostra que o quadro é bastante complexo e não tem uma solução mágica. Não vai dar para escapar ou empurrar com a barriga dessa vez o ajuste fiscal. (Repórter) O diretor da IFI explica que o cenário mais pessimista é aquele sem ajustes, onde o governo gasta mais para rolar a dívida e sobra menos dinheiro ainda para investimentos. O relatório também ressalta que o Governo Federal vai precisar de autorizações excepcionais do Congresso para pagar benefícios previdenciários e assistenciais em 2019. Sem essas suplementações, o dinheiro deve ser suficiente apenas para os primeiros seis meses do ano. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

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