CRE debate acordo sobre armas nucleares entre EUA e Coreia do Norte
Ainda é grande o risco de não se garantir o cumprimento do acordo com os Estados Unidos para desnuclearização da Coreia do Norte. O assunto foi discutido em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado. O presidente da Comissão, Senador Fernando Collor (PTC-AL) lembrou que um dos motivos para as incertezas nucleares são as assimetrias científicas, tecnológicas e militares existentes no mundo. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: O ACORDO COM OS ESTADOS UNIDOS PARA A DESNUCLEARIZAÇÃO DA COREIA DO NORTE CORRE O RISCO DE SER MENOS EFETIVO DO QUE IMAGINADO INICIALMENTE.
LOC: O ASSUNTO FOI DEBATIDO POR ESPECIALISTAS NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES NESTA SEGUNDA-FEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) A Agência Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas foi criada em outubro de 1956. Mas apenas em 1968 o Tratado de Não Proliferação Nuclear foi assinado por 43 países, inclusive pela Coreia do Norte. Índia, Paquistão e Israel nunca concordaram com o documento. Ainda que as duas superpotências nucleares continuem sendo os Estados Unidos e a Rússia, a Ásia provoca muitas preocupações com a proliferação de armamentos nucleares. No caso da China eles já existem. Na medida em que a Coreia do Norte passou a sofrer sanções internacionais e a se isolar, os norte-coreanos desenvolveram suas próprias ogivas. O surpreendente acordo com os Estados Unidos foi um primeiro passo para tentar desnuclearizar a Coreia do Norte. Mas na audiência pública da Comissão de Relações Exteriores, o professor Eugênio Diniz Costa, da Universidade Católica de Minas Gerais, afirmou que ainda é grande o risco de não se garantir o cumprimento do acordo.
(Eugênio Diniz) Por mais que haja o comprometimento público, a questão é que tudo isso ainda vai ter que ser construído. (Repórter) O presidente da Comissão, Senador Fernando Collor, do PTC de Alagoas, lembrou que um dos motivos para as incertezas nucleares são as assimetrias científicas, tecnológicas e militares existentes no mundo.
(Fernando Collor) O poder do conhecimento que essas grandes potências vão alcançando, elas também vão armazenando, como armazenam seus artefatos nucleares.
(Repórter) Segundo especialistas, as concessões dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, como a paralisação de exercícios militares na península coreana, ainda podem ser revertidas, provocando mais incertezas em relação ao acordo.