Senadores comentam manutenção da taxa básica de juros anunciada pelo Banco Central — Rádio Senado
Economia

Senadores comentam manutenção da taxa básica de juros anunciada pelo Banco Central

O senador José Agripino Maia (DEM-RN) considerou acertada a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 6,5%, pois a inflação registrou alta provocada pela greve dos caminhoneiros. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) também elogiou o Banco Central. Mas para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a manutenção dos juros foi uma decisão equivocada em meio à recessão da economia e as altas taxas do cheque especial e do cartão de crédito.

21/06/2018, 12h06 - ATUALIZADO EM 06/06/2024, 09h47
Duração de áudio: 01:59

Transcrição
LOC: SENADORES CONSIDERAM ACERTADA A DECISÃO DO BANCO CENTRAL DE MANTER A TAXA BÁSICA DE JUROS EM SEIS E MEIO POR CENTO AO ANO. LOC: PARA A OPOSIÇÃO, NO ENTANTO, A QUEDA ACUMULADA NOS ÚLTIMOS MESES NÃO REDUZIU OS JUROS DO CHEQUE ESPECIAL NEM DO CARTÃO DE CRÉDITO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. (Repórter) Pela segunda vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 6,5% ao ano. Para o senador José Agripino Maia, do Democratas do Rio Grande do Norte, a decisão foi acertada, já que a inflação registrou uma alta em decorrência da greve dos caminhoneiros. (José Agripino Maia) Mais do que acertada, sensata. Não há condições com o mercado financeiro como está no plano Internacional e as turbulências decorrentes da recente greve dos caminhoneiros, que mexeu com economia no plano interno e gerou inflação, que tirou a economia do curso normal em que ela vinha, você mexer na taxa SELIC e baixar ainda mais a taxa de juros, quando na verdade o Governo está precisando de encaixe para administrar a sua dívida. (Repórter) O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, afirmou que a decisão do Banco Central mostra o compromisso com o controle da inflação e não com a disparada do dólar provocada pela alta dos juros nos Estados Unidos. (Armando Monteiro) O compromisso fundamental da política monetária é com a inflação. A política monetária não pode ser usada para resolver problema de volatilidade cambial. E como a inflação está bem comportada, não há razão para elevar a SELIC. Eu acho que a decisão pela manutenção foi a decisão mais correta porque ela dá, inclusive, ao mercado, de uma maneira geral, um sinal de confiança, um sinal de que a variável de inflação está sob controle. (Repórter) O senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, considerou equivocada a manutenção da chamada Selic em 6,5%. E cobrou do Banco Central a redução dos juros do cheque especial, do cartão de crédito e das vendas parceladas. (Lindbergh Farias) Errada. Temos que baixar a taxa de juros. A economia está parada. Tem que baixar a taxa SELIC. Mas o problema também são os juros do cartão de crédito, do cheque especial. Os juros do cartão de crédito são mais de 300% ao ano. E o Banco Central tinha que fazer esse papel de regulação. Eu acho que é um erro, a economia está parada, estagnada, o desemprego é alto e a decisão do Banco Central, para mim, está errada. (Repórter) De julho de 2016 a março deste ano, o Banco Central reduziu os juros de 14,25% para 6,5%, patamar mantido em maio e em junho.

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