Protecionismo na Europa cria riscos para aprovação do acordo comercial Mercosul-União Europeia
O governo brasileiro aposta que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia poderá sair antes das eleições brasileiras. Mas discordâncias sobre pontos específicos ainda colocam em risco a conclusão das negociações. Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), a senadora Ana Amélia (PP-RS) pediu um acompanhamento da questão, especialmente no setor agropecuário. A
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LOC: O ACORDO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA ESTÁ CADA VEZ MAIS PRÓXIMO, MAS DISCORDÂNCIAS EM PONTOS ESPECÍFICOS AINDA COLOCAM EM RISCO A CONCLUSÃO DAS NEGOCIAÇÕES.
LOC: O ASSUNTO FOI DEBATIDO NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES NESTA QUINTA-FEIRA. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) O governo brasileiro continua apostando que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há quase vinte anos, sairá antes das próximas eleições brasileiras e europeias. Dos 300 pontos de divergência que existiam entre as partes, ainda restam cerca de 50. Algumas das pendências incluem automóveis, patentes de medicamentos e serviços marítimos. Mas um dos setores onde existem as maiores dificuldades é na agropecuária. Durante a sabatina na Comissão de Relações Exteriores do indicado como próximo embaixador brasileiro na Bélgica, sede da Comissão Europeia, a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, ponderou que sem um consenso na agropecuária, será difícil avançar no acordo.
(Ana Amélia) É nessa área que as barreiras comerciais e os protecionismos estão mais exacerbados, especialmente por conta da força política que os produtores europeus têm em relação aos seus governos.
(Repórter) O diplomata Haroldo de Macedo Ribeiro, que foi aprovado na Comissão como futuro embaixador na Bélgica, lembrou que tem crescido o protecionismo em alguns países da União Europeia. E que nem sempre há consenso até mesmo entre diferentes regiões de um mesmo país. Essas discordâncias ampliam o risco sobre a aprovação do acordo.
(Haroldo de Macedo) A União Europeia na realidade tem limitações na negociação de seus acordos comerciais. Porque se uma região de um dos países membros pode vetar a assinatura do acordo, isso passa uma imagem que a União Europeia quer transmitir.
(Repórter) A Comissão de Relações Exteriores do Senado também aprovou a indicação de Flávio Marega como próximo chefe da missão do Brasil na Argélia.