Além das perdas humanitárias, conflitos e a instabilidade no Oriente Médio poderão afetar o preço internacional do petróleo
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) debateu nesta segunda-feira (21) a recente escalada da violência no Oriente Médio. Os acadêmicos convidados destacaram o papel do governo dos Estados Unidos nesta nova etapa das relações e conflitos regionais. A transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, que o governo Donald Trump considera a capital de Israel, provocou a ira dos palestinos. Dezenas deles foram mortos por tropas israelenses. A senadora Ana Amélia (PP-RS) lamentou que o Oriente Médio tenha perdido grandes lideranças do passado que poderiam ajudar a negociar a paz na região.
Transcrição
LOC: ESPECIALISTAS BRASILEIROS ANALISARAM OS EFEITOS HUMANITÁRIOS E SOBRE OS PREÇOS GLOBAIS DO PETRÓLEO DOS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO E O PAPEL DOS ESTADOS UNIDOS.
LOC: A AUDIÊNCIA PÚBLICA OCORREU NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) Guerra na Síria, Estado Islâmico, Primavera Árabe. Estes e outros fatos têm sacudido o Oriente Médio há anos. Mas nas últimas semanas cresceu o temor de que a região enfrente uma escalada da violência. O governo dos Estados Unidos tem relação direta com esta nova etapa das relações e conflitos regionais. Primeiro veio a decisão norte-americana de sair do acordo nuclear com o Irã e de intensificar as sanções econômicas contra o país. Depois foi a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, cidade sagrada também para os muçulmanos. A transferência da sede diplomática para a cidade que o governo Donald Trump considera a capital de Israel provocou a ira dos palestinos. Dezenas deles foram mortos em confrontos com tropas israelenses. O professor Fernando Brancoli, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou do painel sobre o Oriente Médio na Comissão de Relações Exteriores do Senado e lamentou as perdas humanas na região. Para ele, o Brasil deve ficar atento aos impactos no mercado internacional de petróleo.
(Fernando Brancoli) Vale a pena imaginar (...) variações de preço do petróleo na medida em que a região fique mais instável (...). (Repórter) O professor Paulo Visentini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ressaltou as incertezas para a região provocadas pelas políticas do atual governo dos Estados Unidos. (Paulo Visentini) O que é interessante no governo Trump é que ele não é um político. E ele não se preocupa em camuflar politicamente as suas ações. As suas alianças estão abertas e sobre a mesa para todo mundo ver. E o cenário (...) é de incerteza.
(Repórter) A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, lamentou que o Oriente Médio tenha perdido grandes lideranças do passado que poderiam ajudar a negociar a paz na região.
(Ana Amélia) A gente não tem mais as figuras de um Yitzhak Rabin. A gente não tem mais essas figuras, Shimon Peres, que foi mencionado aqui. Nós não temos o próprio Yasser Arafat (...).
(Repórter) Uma das lideranças internacionais que expressaram recentemente preocupação com a escalada da violência no Oriente Médio foi o Papa Francisco. Da Rádio Senado, Floriano Filho.