CE debate mudanças estruturais no ensino e avaliação na carreira dos professores — Rádio Senado
Educação

CE debate mudanças estruturais no ensino e avaliação na carreira dos professores

Segundo especialistas convidados para audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado (CE), a Política Nacional de Formação de Professores não será suficiente se não melhorar a infraestrutura educacional no Brasil. Os professores recebem salários baixos e têm condições precárias de trabalho. Além disto, 70% dos que fazem pedagogia têm nota abaixo da média do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) defendeu a avaliação de cursos e professores como ferramenta fundamental para melhoria do ensino. A reportagem é de Floriano Filho, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais detalhes.

10/04/2018, 13h57 - ATUALIZADO EM 10/04/2018, 14h18
Duração de áudio: 02:29
Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) realiza audiência pública interativa para tratar sobre a formação de professores, nos termos do RCE nº 8, de 2018 e RCE nº 9, de 2018.

Mesa:
presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Benedito Guimarães Aguiar Neto;
diretora-substituta de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Ministério da Educação, Evilen Campos;
presidente eventual da CE, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP);
conselheira da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, Malvina Tania Tuttman;
coordenadora do Fórum Nacional dos Coordenadores do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), Josenilda Maués;
representante do Movimento Todos pela Educação, Caroline Tavares da Silva.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: EDUCADORES DEFENDEM QUE, ALÉM DE APERFEIÇOAR A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES, É PRECISO AVALIAR O ENSINO, AUMENTAR SALÁRIOS E MELHORAR O AMBIENTE ESCOLAR. LOC: O ASSUNTO FOI DEBATIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o Inep, 70% dos professores que fazem pedagogia têm nota abaixo da média do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Baseados em estatísticas como esta, especialistas em educação afirmam que a carreira docente no Brasil está longe de atrair os melhores professores. A profissão também é pouco valorizada pelo baixo salário e condições de trabalho muitas vezes precárias. Menos de 30% dos alunos que fazem pedagogia ou licenciatura escolhem a docência como principal ocupação. Durante o debate na Comissão de Educação, Evilen Campos, representado o Ministério da Educação, afirmou que a Política Nacional de Formação de Professores, ao criar 190 mil Bolsas de Iniciação à Docência, trouxe vantagens para o atual modelo. (Evilen Campos) Mais flexibilidade e autonomia ao processo de desenvolvimento dos profissionais. (Repórter) Caroline Tavares da Silva, do Movimento Todos pela Educação, alertou que não basta formar professores sem melhorar a infraestrutura educacional. (Caroline Tavares) O professor (...) precisa tanto dar aula em muitos lugares para complementar o seu salário no final do mês que, se a gente não olhar o todo (...) vai ser muito difícil conseguir mudanças sistêmicas e estruturantes na profissão do professor (...). (Repórter) A senadora Lúcia Vânia, do PSB de Goiás, defendeu a avaliação de cursos e professores como ferramenta fundamental para melhoria do ensino. (Lúcia Vânia) Nós temos que fazer com os recursos da educação não só sejam aumentados na medida em que nós podemos lutar para que isso aconteça, mas que também esses recursos seja usados com parciomônia, com responsabilidade. E para isto, nada melhor do que a avaliação. (Repórter) Apesar dos cortes orçamentários, as despesas do governo federal com educação em 2017 ultrapassaram os 84 bilhões de reais.

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