Especialistas pedem na CDH revogação de medida que limitou gastos em segurança, saúde e educação
Especialistas que participaram de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) pediram a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que limitou os gastos públicos em saúde, educação e segurança. O representante do Conselho Nacional de Saúde, Heleno Corrêa Filho, observou que a falta de atendimento a setores essenciais impacta o sistema de saúde. O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu políticas de inclusão para combater a violência.
Transcrição
LOC: A VIOLÊNCIA IMPACTA O SISTEMA DE SAÚDE. E A EMENDA CONSTITUCIONAL QUE IMPÔS TETO PARA GASTOS EM SAÚDE, EDUCAÇÃO E SEGURANÇA PRECISA SER REVOGADA.
LOC: ESTA É A OPINIÃO DE ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES:
TÉC: Especialistas que participaram de debate na Comissão de Direitos Humanos pediram a revogação da Emenda Constitucional que limita gastos públicos na saúde, segurança e educação. A falta de investimentos em segurança impacta na saúde, ressaltou a representante do Departamento de Estudos de Violência e Saúde, Patrícia Constantino.
(Patrícia Constantino) “A violência vitima muitas pessoas. É a terceira causa de mortalidade geral no país e a primeira causa na faixa etária de cinco a 49 anos, com vítimas preferenciais jovens e negros”.
(Repórter) É da mesma opinião Heleno Corrêa Filho, representante do Conselho Nacional de Saúde. Em defesa da saúde pública, disse o conselheiro, milhares de pessoas assinaram documento pela revogação da emenda 95 e para impedir a reforma da Previdência.
(Heleno Corrêa) “Tudo aquilo que é produzido como iniquidade, como injustiça fora da saúde, cai dentro da saúde porque é lá que pessoa morre, é lá que a pessoa sofre seus últimos momentos de dor. Essa emenda tem que ser revogada, ela é uma forma de violência. E o Conselho Nacional de Saúde denuncia o processo de rapina e de cafetinagem do Sistema Único de Saúde”.
(Repórter) Com falta de segurança e sem investimentos na saúde, o problema se agrava, observou o diretor do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública, Carlos Fidelis da Ponte. Ele criticou a intervenção federal no Rio de Janeiro e defendeu medidas eficazes e articuladas que garantam o bem-estar da população.
(Carlos Fidelis da Ponte) “Nós da Fiocruz defendemos, sim uma intervenção. Mas uma intervenção cidadã, distante em tudo do uso indiscriminado da força. Aquelas pessoas são cidadãs e devem ser incorporadas nos marcos da cidadania e não colocadas em guetos, num apartheid social”.
(Repórter) Ao apoiar a revogação da emenda dos gastos públicos, o vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, defendeu maior inclusão social como medida contra a violência.
(Paulo Paim) “Esse plenário todo quer e eu acho que o Brasil quer, a possibilidade de rever a emenda 95 e, ao mesmo tempo, reforça as políticas de inclusão, de recuperação, e não somente a política do prendo, mato e arrebento, que não leva a lugar nenhum”.
(Repórter) Também participaram do debate representantes do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, da Defensoria Pública Federal de comunidades do Rio de Janeiro e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.
EC 95/2016
RDH 28/2018
RDH 124/2017