CCT debate acordo de cooperação entre Brasil e Israel sobre uso da água
A Comissão de Ciência e Tecnologia promoveu uma audiência pública para discutir acordos de cooperação científica entre Brasil e Israel. O presidente da CCT, Otto Alencar (PSD-BA), defendeu que a técnica de dessalinização de água do mar utilizada pelos israelenses pode contribuir para amenizar os efeitos da seca no nordeste brasileiro. A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCUTIU NESTA QUARTA-FEIRA A COOPERAÇÃO ENTRE BRASIL E ISRAEL SOBRE USO DA ÁGUA.
LOC: O BRASIL ESTUDA TRAZER TÉCNICAS ISRAELENSES DE DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA DO MAR PARA COMBATER A SECA NO NORDESTE. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA.
(Repórter) A audiência pública foi destinada a debater projetos de cooperação científica entre Brasil e Israel, principalmente em questões relacionadas ao uso sustentável da água. O país do Oriente Médio é líder mundial em dessalinização: 80% da água consumida pelos israelenses vem do mar. Participou da reunião o ministro de Ciência e Tecnologia israelense, Ofir Akunis, que está no Brasil para assinar um convênio com o Governo brasileiro e dar início aos processos de licitação para a transferência de tecnologia de dessalinização. O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, explicou que a intenção é utilizar a técnica principalmente no nordeste brasileiro.
(Otto Alencar) “Existem regiões do nordeste brasileiro que tem uma precipitação de chuvas pequena que têm lençol freático muito abundante que pode se tirar água do subsolo. Mas é uma água um tanto quanto salobra, então tirar o sal da água com essa tecnologia nova que tem preço e tem condições melhores seria uma das soluções, não é solução definitiva.”
(Repórter) Em 2017, o Nordeste teve seu sétimo ano seguido de estiagem, registrando um terço do território no grau mais elevado de seca. Segundo Otto Alencar, enquanto no Brasil o processo de dessalinização é caríssimo, a tecnologia israelita permite a venda da água a um custo de dois reais o metro cúbico. O embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, explicou que o convênio vai funcionar por meio de uma parceria púbico-privada, com concessões de 25 anos.
(Yossi Shelley) “Vai funcionar como um PPP. O governo não precisou pagar nada, ele paga somente sobre água que ele compra. O setor privado vai trazer os recursos para construir.”
(Repórter) Os representantes de Israel ofereceram, ainda, o compartilhamento de imagens do satélite Vênus, lançado em 2017 para investigações ambientais.
