Privatização da Eletrobras será um dos principais temas em discussão no Congresso neste semestre
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal abriu caminho para o Congresso Nacional debater a privatização da Eletrobras e um novo modelo para o Sistema Elétrico Brasileiro. O governo afirma que a privatização da estatal vai tornar o modelo mais eficiente e menos sujeito a ingerências políticas, barateando a conta de luz dos cidadãos. Alguns senadores estão divididos sobre o assunto.
Transcrição
LOC: DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ABRE CAMINHO PARA O CONGRESSO NACIONAL DEBATER A PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS E UM NOVO MODELO PARA O SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO.
LOC: ALGUNS SENADORES ESTÃO DIVIDIDOS SOBRE O ASSUNTO. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
TÉC: Mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal permitindo a continuidade da privatização da Eletrobras, o governo anunciou um bloqueio superior a 16 bilhões de reais nos gastos orçamentários até que a situação fique mais clara. Em 2017 o sistema Eletrobras voltou a dar lucro. Mas nos quinze anos anteriores, mesmo gerando menos de 20% da eletricidade no Brasil, o prejuízo com a empresa teria chegado próximo de 250 bilhões de reais, segundo dados do ministério de Minas e Energia. No ano passado foram realizadas audiências públicas no Congresso Nacional para debater o tema. O governo afirma que a privatização da estatal vai tornar o modelo mais eficiente e menos sujeito a ingerências políticas, barateando a conta de luz dos cidadãos. Não é o que pensam senadores da oposição, como Roberto Requião, do PMDB do Paraná. Ele lançou um movimento contra a privatização da estatal.
(Roberto Requião) A privatização (...) aumenta enormemente o risco de racionamento de energia elétrica no país, a exemplo do que ocorreu em 2001.
(Repórter) O senador Fernando Bezerra Coelho, do PMDB de Pernambuco, discorda. Ele lembrou o resultado da privatização da Vale do Rio Doce, que se tornou mais lucrativa e passou a gerar muito mais empregos. Fernando Bezerra explicou o objetivo da venda de parte das ações da Eletrobras.
(Fernando Bezerra) É democratizar o seu capital. (...) O governo não vai vender a sua posição acionária. Ele continua sendo um acionista relevante, importante, inclusive sendo detentor da denominada golden share, a ação dourada, aonde dá ao governo o direito de definir questões estratégicas, de interesse nacional.
(Repórter) Os dirigentes da Eletrobras pretendem realizar a venda de ativos em abril deste ano para gerar capital e reduzir o endividamento da estatal. A expectativa é de levantar cerca de 4 bilhões de reais. Da Rádio Senado, Floriano Filho.
