Autoridades apontam má gestão dos recursos hídricos como uma das causas da crise no setor
As mudanças climáticas que vem afetando o fornecimento de água internacionalmente são apenas uma parte do problema no Brasil. Para os debatedores em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado (CDR), o país precisa urgentemente melhorar a qualidade da gestão hídrica. Para a senadora Lídice da Mata (PSB – BA), falta uma política nacional de águas competente e equilibrada.
Transcrição
LOC: AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, QUE VEM AFETANDO O FORNECIMENTO DE ÁGUA INTERNACIONALMENTE, SÃO APENAS UMA PARTE DO PROBLEMA NO BRASIL.
LOC: PARA OS DEBATEDORES EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SENADO, O PAÍS PRECISA URGENTEMENTE MELHORAR A QUALIDADE DA GESTÃO HÍDRICA. REPÓRTER FLORIANO FILHO.
(Repórter) O histórico problema da seca atinge uma parte considerável do semiárido nordestino. A transposição das águas do rio São Francisco é uma das maiores obras em andamento no país e surgiu como promessa para ajudar a resolver a crise hídrica da região. Mas houve uma série de problemas na execução das obras. Anivaldo de Miranda Pinto, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que participou da audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, explicou que as mudanças climáticas podem até ter agravado o problema da seca. Mas o planejamento e a gestão hídrica no país precisam melhorar muito, especialmente no caso de obras gigantescas como a transposição.
(Anivaldo de Miranda Pinto) O Comitê na época tentou discutir não porque era contrário à transposição de água para aquelas regiões, que de fato não têm outras alternativas de abastecimento. Entretanto, a megalomania da obra, os equívocos, a precipitação conduziu a problemas que agora terão que ser resolvidos.
(Repórter) A senadora Fátima Bezerra, do PT do Rio Grande do Norte, confirmou que o estado dela será um dos prejudicados pela falta de planejamento adequado.
(Fátima Bezerra) Imagine o vexame, a tragédia que seria quando (...) de acordo com o calendário divulgado, as águas estarem prontas para chegar ao Rio Grande do Norte e demorar e muito (...) porque o rio está totalmente obstruído, assoreado.
(Repórter) Para a senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, falta uma política nacional de águas competente e equilibrada.
(Lídice da Mata) O Nordeste pode virar deserto, que alguns movimentos serão feitos, poucos. Mas na hora que atinge São Paulo, aí o Brasil acorda para a existência do problema.
(Repórter) Vinte e dois milhões de pessoas vivem no semiárido, que abrange a maior parte do Sertão e do Agreste. É o semiárido mais populoso do planeta.
RDR 45/2017, RDR 15/2017