Cientistas pedem ao presidente do Congresso engajamento da Casa contra emissões de gases
A participação do Parlamento brasileiro nas discussões e ações do Brasil para reduzir a emissão de gases de efeito estufa foi tema de encontro entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira, cientistas e membros da Marcha Mundial do Clima. O pedido foi feito no momento em que o Brasil apresenta aumento nas emissões de gases de efeito estufa. Para o dirigente da Marcha, Roberto Ferdinand, cada grau de aquecimento do planeta pode provocar a morte de um bilhão de pessoas. A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B – AM), que integra a Comissão Mista de Mudanças Climáticas, sustenta que o “Parlamento deveria ser voz mais presente e mais ativa em todos os debates sobre o aquecimento global”, defendeu.
Transcrição
LOC: A PARTICIPAÇÃO DO PARLAMENTO BRASILEIRO NAS DISCUSSÕES E AÇÕES DO BRASIL PARA REDUZIR A EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA FOI TEMA DE UM ENCONTRO ENTRE O PRESIDENTE DO SENADO, CIENTISTAS E MEMBROS DA MARCHA MUNDIAL DO CLIMA.
LOC: O PEDIDO VEM NO MOMENTO EM QUE O BRASIL APRESENTA AUMENTO NAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA. DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
TÉC: A Organização das Nações Unidas emitiu alerta recentemente sobre a necessidade de os países se engajarem cada vez mais na redução da emissão dos gases de efeito estufa no mundo. Segundo o órgão internacional, os compromissos atuais cobrem apenas um terço do corte necessário nas emissões. E no Brasil, os dados apontam resultados ainda abaixo do esperado. Isso porque o país é o sétimo maior poluidor do planeta, e em 2016 aumentou em 9% o volume de gases nocivos despejados na atmosfera, segundo o Observatório do Clima. Preocupados com o posicionamento do país no cenário global, representantes da Marcha Mundial do Clima se reuniram com o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira, e pediram maior protagonismo do Brasil quanto ao assunto. Na visão do dirigente da Marcha, Roberto Ferdinand, se os países não reforçarem suas ações para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, grandes tragédias devem atingir a população mundial.
(Roberto Ferdinand) Se nós não cortarmos essa emissão de gases no prazo subimos de 4 a 8 graus. Um bilhão de pessoas mortas por grau. Oito bilhões pode ser a extinção da população.
(Repórter) Ferdinand convidou o presidente do Congresso para participar da COP 23, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU, que acontece este mês na Alemanha. Ele destacou a importância da participação do Brasil no evento, sobretudo após o anúncio de saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, firmado com mais de 190 países, em 2015, para conter a emissão de gases.
(Roberto Ferdinand) Já começar a estabelecer o protagonismo porque o Trump vai pra trás, os outros líderes têm que ir pra frente, tem que dar o exemplo.
(Repórter) Eunício Oliveira demonstrou preocupação com o tema e destacou que o Congresso possui uma comissão permanente que trata exclusivamente de debates e ações sobre mudanças climáticas. E acenou para a possibilidade de convocar uma comissão geral para debater o tema em plenário. A senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, membro da comissão, ressaltou a importância do Parlamento em decisões globais como as referentes a mudanças climáticas.
(Vanessa Grazziotin) O Parlamento deveria ser voz mais presente e mais ativa em todos os debates porque nada se faz num país sem que haja a participação do parlamentar. Então a política de combate ao aquecimento global passa necessariamente pelo parlamento.
(Rep) Membros da Comissão Mista de Mudanças Climáticas vão participar da COP 23, onde promoverão um debate sobre a agenda do Parlamento brasileiro para cumprir o Acordo do Clima pelo Brasil. Da Radio Senado, Paula Groba.
