Produtores não querem renegociação de débitos do Funrural — Rádio Senado
MP 793

Produtores não querem renegociação de débitos do Funrural

Os produtores rurais não vão aderir ao Programa de Regularização Tributária Rural criado pela Medida provisória 793/2017 que renegocia os débitos de Funrural dos fazendeiros junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O recado foi dado durante audiência pública, nesta terça-feira (12), da comissão mista que debate a matéria. O representante da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne, Tadeu Paulo, afirmou que o setor produtivo não vai acatar a decisão vinda de uma medida provisória “aonde confessaremos débitos e depois, se julgado for a nosso favor teremos que ingressar na própria justiça para tentarmos deixar de pagar”, explicou. O presidente da comissão mista, senador Dário Berger (PMDB-SC), disse que antes da votação da matéria todos os setores envolvidos serão ouvidos.

12/09/2017, 18h29 - ATUALIZADO EM 12/09/2017, 19h49
Duração de áudio: 02:11
Comissão Mista da Medida Provisória (CMMPV) nº 793, de 2017, que institui o Programa de Regularização Tributária Rural junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, realiza audiência pública interativa com a participação de representantes da PGFN, da Abiec, Abrafigo e Andaterra. 

Mesa: 
coordenador de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo), Paulo Mustefaga; 
assessor da Presidência da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), Tadeu Paulo Bellincanta; 
relatora da CMMPV 793/2017, deputada Tereza Cristina (PSB-MS); 
presidente da CMMPV 793/2017, senador Dário Berger (PMDB-SC); 
procurador-geral adjunto de Consultoria e Estratégia da Representação Judicial Administrativa Tributária da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), Claudio Xavier Seefelder Filho; 
subsecretário de Arrecadação, Cadastros e Atendimento da Receita Federal do Brasil, João Paulo Ramos Fachada Martins da Silva 

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
OS PRODUTORES RURAIS NÃO VÃO ADERIR AO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO TRIBUTÁRIA RURAL PREVISTO PELA MP QUE RENEGOCIA OS DÉBITOS JUNTO AO FUNRURAL. O RECADO FOI DADO DURANTE O DEBATE SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIA 793, QUE ACONTECEU NESTA TERÇA-FEIRA (12). REPÓRTER LARISSA BORTONI. (Repórter) A MP 793 de 2017 cria o Programa de Regularização Tributária Rural e prevê que os produtores rurais e os que compram mercadorias deles, como as cooperativas e laticínios, vão poder renegociar as dívidas com o Funrural. O texto inicial da medida provisória prevê o pagamento do débito em até 180 parcelas, com descontos e correção pela taxa Selic. A MP também determina que os interessados têm até o dia 29 de setembro para se inscreverem no programa. No debate sobre a medida, o representante da Receita Federal João Paulo Ramos alertou para o cumprimento do prazo. (João Paulo Ramos) A gente está perto do fim do prazo e não adesão pode implicar em algumas complicações. (Repórter) Mas, ao falar em nome da Associação brasileira dos exportadores de carne, Tadeu Paulo lembrou as idas e vindas judiciais sobre a legalidade do Funrural. Disse que, em 2011, o Supremo Tribunal Federal considerou a contribuição inconstitucional, mas em março deste ano autorizou a cobrança. (Tadeu Paulo) O setor produtivo não pode. Não vai acatar a uma decisão vinda de uma medida provisória aonde confessaremos débitos e depois, se julgado for a nosso favor teremos que ingressar na própria justiça para tentarmos deixar de pagar. (Repórter) O presidente da comissão que examina a medida provisória, senador Dário Berger, do PMDB de Santa Catarina, deixou claro que, antes da apresentação do texto, deputados e senadores vão ouvir todos os envolvidos. (Dário Berger) Discutir com as nossas assessorias e ouvir para nós possamos aqui construir um texto que busque o equilíbrio entre os interesses do governo e evidentemente também atendendo o interesse dos agricultores brasileiros. (Repórter) A MP 793 está na primeira fase de análise. Se o texto for aprovado na comissão mista, vai seguir para exame dos deputados federais.

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