Entrada de novos frigoríficos no mercado pode reduzir a concentração no setor — Rádio Senado
Audiência pública

Entrada de novos frigoríficos no mercado pode reduzir a concentração no setor

A entrada de pequenos e médios frigoríficos no mercado vai reduzir a concentração e melhorar a concorrência no setor de carnes. A avaliação foi feita por autoridades, pecuaristas e senadores nesta terça-feira (12) em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). O senador Wellington Fagundes (PR-MT) explicou que na última década o BNDES financiou a concentração do setor, dando empréstimos para grandes frigoríficos adquirirem pequenos abatedouros e unidades de processamento de carnes. O representante do sindicato rural de Cuiabá, Jorge Miranda, lembrou que hoje 50 por cento dos abates em Mato Grosso são realizados pelo grupo JBS, tornando os pecuaristas dependentes dessa empresa.

12/09/2017, 14h08 - ATUALIZADO EM 12/09/2017, 16h13
Duração de áudio: 02:29
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública interativa para debater a descentralização de empreendimentos no setor frigorífico de carne. 

Mesa (E/D): 
presidente do Sindicato Rural de Cuiabá (MT), Jorge Antônio Pires de Miranda; 
superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Mato Grosso (SFA/MT), José de Assis Guaresqui; 
secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Eduardo Pacifici Rangel; 
presidente da CRA, senador Ivo Cassol (PP-RO); 
gerente da Área de Indústria e Serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Artur Yabe Milanez; 
vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Tadeu Paulo Billincanta 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A ENTRADA DE PEQUENOS E MÉDIOS FRIGORÍFICOS NO MERCADO VAI REDUZIR A CONCENTRAÇÃO E MELHORAR A CONCORRÊNCIA NO SETOR DE CARNES. LOC: A AVALIAÇÃO FOI FEITA POR AUTORIDADES, CRIADORES E SENADORES NESTA TERÇA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. REPÓRTER GEORGE CARDIM. (Repórter) Em Audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, os senadores, autoridades e pecuaristas defenderam a entrada de pequenos e médios frigoríficos no mercado para reduzir a concentração e melhorar a concorrência no setor de carnes. O senador Wellington Fagundes, do PR de Mato Grosso, explicou que na última década a intervenção do BNDES financiou a compra de estabelecimentos menores por grandes frigoríficos e estimulou a criação das chamadas campeãs nacionais na indústria de processamento de carnes e derivados. (Wellington Fagundes) “O caso mais notório de grandes empresas beneficiadas pela política de empréstimos subsidiados do governo é o caso da JBS. Conceder empréstimos a juros subsidiados a grandes frigoríficos acabou por prejudicar a rentabilidade dos produtores rurais e por causar o fechamento de postos de trabalho existentes em vários pequenos e médios municípios no interior do Brasil (Repórter) Os criadores de aves, suínos, ovinos e caprinos afirmaram que há muitos produtores e poucas indústrias, o que facilita a combinação de preços pelos compradores. O representante do sindicato rural de Cuiabá, Jorge Miranda, lembrou que a recente crise no setor afeta toda a cadeia de compra e venda de gado. Miranda disse que apesar dos esforços para melhorar a produtividade, no Mato Grosso existem 16 plantas frigoríficas paralisadas e os criadores dependem da empresa JBS. (Jorge Miranda) “Hoje o Estado do Mato Grosso ele é refém de um grupo econômico que nós temos rezado inclusive para que este grupo econômico continue de pé e tenha a sua saúde financeira inabalada. Por quê? Hoje 50 por cento dos abates estão na mão do JBS. A nossa capacidade de dependência desta indústria é muito grande” (Repórter) O representante do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, reconheceu que o mercado brasileiro é dominado por poucas empresas. No entanto, ele destacou as ações do governo para implantar uma nova política para o setor que permita a reativação das fábricas que estão fechadas, uma maior participação das pequenas e médias empresas e a garantia da qualidade de inspeção sanitária.

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