Entrada de novos frigoríficos no mercado pode reduzir a concentração no setor
A entrada de pequenos e médios frigoríficos no mercado vai reduzir a concentração e melhorar a concorrência no setor de carnes. A avaliação foi feita por autoridades, pecuaristas e senadores nesta terça-feira (12) em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (CRA). O senador Wellington Fagundes (PR-MT) explicou que na última década o BNDES financiou a concentração do setor, dando empréstimos para grandes frigoríficos adquirirem pequenos abatedouros e unidades de processamento de carnes. O representante do sindicato rural de Cuiabá, Jorge Miranda, lembrou que hoje 50 por cento dos abates em Mato Grosso são realizados pelo grupo JBS, tornando os pecuaristas dependentes dessa empresa.
![Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública interativa para debater a descentralização de empreendimentos no setor frigorífico de carne.
Mesa (E/D):
presidente do Sindicato Rural de Cuiabá (MT), Jorge Antônio Pires de Miranda;
superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Mato Grosso (SFA/MT), José de Assis Guaresqui;
secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Eduardo Pacifici Rangel;
presidente da CRA, senador Ivo Cassol (PP-RO);
gerente da Área de Indústria e Serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Artur Yabe Milanez;
vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Tadeu Paulo Billincanta
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública interativa para debater a descentralização de empreendimentos no setor frigorífico de carne.
Mesa (E/D):
presidente do Sindicato Rural de Cuiabá (MT), Jorge Antônio Pires de Miranda;
superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Mato Grosso (SFA/MT), José de Assis Guaresqui;
secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Eduardo Pacifici Rangel;
presidente da CRA, senador Ivo Cassol (PP-RO);
gerente da Área de Indústria e Serviços do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Artur Yabe Milanez;
vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Tadeu Paulo Billincanta
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado](https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2017/09/12/entrada-de-novos-frigorificos-no-mercado-pode-reduzir-a-concentracao-no-setor/20170912_00807g.jpg/@@images/5df6e2e8-5018-4243-8754-5c2ecaa141a8.jpeg)
Transcrição
LOC: A ENTRADA DE PEQUENOS E MÉDIOS FRIGORÍFICOS NO MERCADO VAI REDUZIR A CONCENTRAÇÃO E MELHORAR A CONCORRÊNCIA NO SETOR DE CARNES.
LOC: A AVALIAÇÃO FOI FEITA POR AUTORIDADES, CRIADORES E SENADORES NESTA TERÇA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA. REPÓRTER GEORGE CARDIM.
(Repórter) Em Audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, os senadores, autoridades e pecuaristas defenderam a entrada de pequenos e médios frigoríficos no mercado para reduzir a concentração e melhorar a concorrência no setor de carnes. O senador Wellington Fagundes, do PR de Mato Grosso, explicou que na última década a intervenção do BNDES financiou a compra de estabelecimentos menores por grandes frigoríficos e estimulou a criação das chamadas campeãs nacionais na indústria de processamento de carnes e derivados.
(Wellington Fagundes) “O caso mais notório de grandes empresas beneficiadas pela política de empréstimos subsidiados do governo é o caso da JBS. Conceder empréstimos a juros subsidiados a grandes frigoríficos acabou por prejudicar a rentabilidade dos produtores rurais e por causar o fechamento de postos de trabalho existentes em vários pequenos e médios municípios no interior do Brasil
(Repórter) Os criadores de aves, suínos, ovinos e caprinos afirmaram que há muitos produtores e poucas indústrias, o que facilita a combinação de preços pelos compradores. O representante do sindicato rural de Cuiabá, Jorge Miranda, lembrou que a recente crise no setor afeta toda a cadeia de compra e venda de gado. Miranda disse que apesar dos esforços para melhorar a produtividade, no Mato Grosso existem 16 plantas frigoríficas paralisadas e os criadores dependem da empresa JBS.
(Jorge Miranda) “Hoje o Estado do Mato Grosso ele é refém de um grupo econômico que nós temos rezado inclusive para que este grupo econômico continue de pé e tenha a sua saúde financeira inabalada. Por quê? Hoje 50 por cento dos abates estão na mão do JBS. A nossa capacidade de dependência desta indústria é muito grande”
(Repórter) O representante do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel, reconheceu que o mercado brasileiro é dominado por poucas empresas. No entanto, ele destacou as ações do governo para implantar uma nova política para o setor que permita a reativação das fábricas que estão fechadas, uma maior participação das pequenas e médias empresas e a garantia da qualidade de inspeção sanitária.