Diretor do IBGE observa que reforma da Previdência não se justifica apenas pela avaliação demográfica
A reforma da Previdência (PEC 287/2016) não se justifica apenas pela avaliação de questões demográficas. Essa é a opinião do diretor de pesquisas do IBGE, que participou de audiência pública na CPI da Previdência. O representante do IBGE ainda criticou o fato de serem feitas projeções que podem não ser confirmadas, como o índice de informalidade do trabalho. E recomendou que a reforma da Previdência leve em conta as diferentes realidades do País. Apesar de reconhecer que as estatísticas não são definitivas, o relator da CPI da Previdência, senador Hélio José (PMDB – DF), considera importante conhecer os dados oficiais.
![CPI da Previdência (CPIPREV): Balanço do primeiro semestre; audiência interativa com o diretor de Pesquisas do IBGE; análise de requerimentos
Mesa:
senador Hélio José (PMDB-DF);
presidente da CPIPREV, senador Paulo Paim (PT-RS);
diretor de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cláudio Dutra Crespo.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado CPI da Previdência (CPIPREV): Balanço do primeiro semestre; audiência interativa com o diretor de Pesquisas do IBGE; análise de requerimentos
Mesa:
senador Hélio José (PMDB-DF);
presidente da CPIPREV, senador Paulo Paim (PT-RS);
diretor de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cláudio Dutra Crespo.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado](https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2017/07/13/diretor-do-ibge-observa-que-reforma-da-previdencia-nao-se-justifica-apenas-pela-avaliacao-demografica/20170713_00277g.jpg/@@images/5257ca11-ea47-4252-bcb8-bfbcbb407674.jpeg)
Transcrição
LOC: A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NÃO SE JUSTIFICA APENAS PELA AVALIAÇÃO DE QUESTÕES DEMOGRÁFICAS.
LOC: ESSA É A OPINIÃO DO DIRETOR DE PESQUISAS DO IBGE, QUE PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CPI DA PREVIDÊNCIA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES:
(Repórter) O diretor de Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Claudio Crespo, observou que as condições de vida são diferentes para cada região do País, e que isso deve ser considerado na reforma da Previdência. No Maranhão, por exemplo, observou o pesquisador, a esperança de vida é nove anos menor que em Santa Catarina. O representante do IBGE ainda criticou o fato de serem feitas projeções que podem não ser confirmadas, como o índice de informalidade do trabalho. E recomendou que a reforma da Previdência leve em conta as diferentes realidades do País.
(Claudio Crespo) “O uso puro e simples da informação demográfica não é a condição única para avaliação previdenciária. Essa que é a questão fundamental. A questão demográfica é um dos elementos importantes porque é uma população que está vivendo mais. Agora, em que condições essa população está vivendo em diferentes regiões do país?”.
(Repórter) Apesar de reconhecer que as estatísticas não são definitivas, o relator da CPI da Previdência, senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, considera importante conhecer os dados oficiais.
(Hélio José) “Sabemos que as posições do IBGE são continuamente atualizadas a partir de novos dados da realidade. Mas não podemos atuar no achômetro. Nós temos que atuar com dados estatísticos reais e não pode ter distorção. Já deixamos claro para o Brasil, para o governo, para a oposição, para a situação, para todo mundo: nosso compromisso aqui é com a verdade”.
(Repórter) Um dos principais argumentos para a reforma da Previdência é o suposto déficit, que não existe, na visão do presidente da CPI da Previdência, senador Paulo Paim, do PT gaúcho.
(Paulo Paim) “Todos que passaram aqui reconheceram que a previdência tem, de fato, superávit. Todos que falaram aqui foram na linha de que um ajuste tem que ser feito – e eu não sou contra. Mas que há superávit, há”
(Repórter) Em audiência marcada para o dia 17 de agosto, a CPI da Previdência vai ouvir os representantes do governo, que vão justificar a necessidade da reforma na seguridade social.
PEC 287/2016