Senado aprova o nome de Raquel Dodge para ser a nova procuradora-geral da República — Rádio Senado
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Senado aprova o nome de Raquel Dodge para ser a nova procuradora-geral da República

O Plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (12), o nome da subprocuradora Raquel Dodge para ser a procuradora-geral da República, a partir de setembro, quando termina o mandato do atual procurador-geral, Rodrigo Janot. Ela será a primeira mulher a chefiar o Ministério Público Federal. Foram 74 votos favoráveis à aprovação, um voto contra e uma abstenção. Durante a sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Raquel Dodge defendeu a continuidade do combate à corrupção e o papel do Ministério Público para garantir direitos da população. A reportagem é de Roberto Fragoso, da Rádio Senado.

12/07/2017, 17h17 - ATUALIZADO EM 12/07/2017, 20h00
Duração de áudio: 03:26
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza sabatina de Raquel Dodge, indicada para o cargo de procuradora-geral da República. 

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos Oliveira

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA SABATINA NESSE MOMENTO A INDICADA PARA A PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA, RAQUEL DODGE. LOC: ELA DEFENDEU A CONTINUIDADE DO COMBATE À CORRUPÇÃO E O PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA GARANTIR DIREITOS DA POPULAÇÃO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: O relator da indicação de Raquel Dodge, Roberto Rocha, do PSB do Maranhão, trouxe várias perguntas enviadas por cidadãos pela internet, boa parte delas com respeito à continuidade da operação Lava Jato e a isenção da indicada em relação a eventuais processos contra Michel Temer, já que ela foi indicada por ele depois de ter sido a segunda colocada na lista tríplice do Ministério Público Federal. Raquel Dodge destacou que os oito candidatos passaram por intensos debates e pelo crivo dos procuradores, e se disse honrada com a segunda posição. Ela garantiu que sua atuação vai ser pautada pela manutenção do combate à corrupção e ainda na tutela dos direitos da sociedade. (Raquel Dodge) Na expectativa de aumentar a segurança pública, atingindo a criminalidade organizada. E, nessa perspectiva, é importante que atinjamos, por meio da atuação do Ministério Público, não só aqueles que executam as ações criminosas, mas também intermediários e mandantes. Que ninguém esteja acima da lei. E é importante também que ninguém esteja abaixo da lei. Que todos sejam efetivamente destinatários de políticas públicas, e de políticas públicas de qualidade. (Repórter) A senadora Kátia Abreu, do PMDB do Tocantins, afirmou ter sido tranquilizada quanto ao compromisso da indicada em combater a corrupção. (Kátia Abreu) Quando o nome da senhora foi anunciado na lista tríplice, houve alguns comentários na imprensa que tinha pessoas envolvidas na lava jato que torciam pela senhora. Naquele primeiro momento me deu uma rejeição forte, mas tenho um querido amigo no MPF, e pra minha surpresa ele foi seu eleitor, e me tranquilizou totalmente com relação a sua posição contra a corrupção, e a sua obstinação pela correção, pela coisa pública. (Repórter) Simone Tebet, do PMDB de Mato Grosso do Sul, ressaltou a disposição da nomeada em manter um diálogo aberto com o Parlamento, mantendo a autonomia e isenção de sua futura gestão. (Simone Tebet) Precisamos pacificar o Brasil. E vossa excelência falou em diálogo, em respeito às instituições, falou em instituições fortes, em atuar em harmonia, com equilíbrio, embora com independência, sem abrir mão – e louvo vossa excelência por isso – como maior mandatária, se for aprovada, do Ministério Público Federal – sem abrir mão da atuação constitucional do Ministério Público Federal. (Repórter) A indicada ouviu ainda de parte dos senadores críticas quanto a excessos do Ministério Público. Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, citou episódios recentes em que considerou as atitudes abusivas. (Renan Calheiros) Numa gravação de um ex-senador, eu defendi que construíssemos uma saída institucional para o Brasil. Isso foi objeto de um pedido de prisão, e depois, pelo mesmo fato, de pedido de afastamento da Presidência do Senado Federal a dez dias do término do mandato que eu exercia. (Repórter) Raquel Dodge respondeu que a atuação do Ministério Público como órgão acusador é limitada por regras traçadas nas leis e na Constituição, e que vai pautar sua gestão pelo respeito ao devido processo legal. (Raquel Dodge) Erros e acertos sempre ocorrem, não é, no caminho do exercício das funções públicas. E eu acolho todas as observações que vossa excelência faz com o coração aberto e com humildade. E refletirei sobre elas no sentido de que se a missão me for entregue eu procurarei preservar a instituição de erros e fortalecer os acertos, que têm sido muitos. (Repórter) Raquel Dodge é a primeira mulher a ser indicada para a Procuradoria-Geral da República. O mandato do atual procurador, Rodrigo Janot, vai até setembro.

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