Ministro da Defesa alerta para o risco de banalização do uso das Forças Armadas na segurança pública — Rádio Senado
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Ministro da Defesa alerta para o risco de banalização do uso das Forças Armadas na segurança pública

Se a crise da segurança pública não for resolvida o Brasil corre o risco de banalizar o uso das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem. O alerta foi feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, que esteve nesta nesta quinta-feira (29) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE).  O senador Jorge Viana (PT – AC) defendeu maior integração entre as forças de segurança.

29/06/2017, 13h34 - ATUALIZADO EM 14/09/2017, 12h18
Duração de áudio: 02:17
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza audiência interativa com o ministro da Defesa para discutir as ações, programas, projetos e desafios da pasta.  

Em pronunciamento, ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: SE A CRISE DA SEGURANÇA PÚBLICA NÃO FOR RESOLVIDA O BRASIL CORRE O RISCO DE BANALIZAR O USO DAS FORÇAS ARMADAS PARA GARANTIR A LEI E A ORDEM. LOC: O ALERTA FOI FEITO PELO MINISTRO DA DEFESA, RAUL JUNGMANN, QUE FALOU NESTA QUINTA-FEIRA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. (Repórter) O ministro foi convidado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional para tratar de três questões principais. Na indústria de defesa, Raul Jungmann destacou o investimento em tecnologia nacional e lembrou que o Brasil está entre os 13 países no mundo com os maiores gastos militares. Quanto ao acordo com os Estados Unidos para utilização da Base de Alcântara, ele disse que a demora na negociação está tirando a competitividade tecnológica do Brasil. Jungmann também demonstrou preocupação com o emprego continuado das Forças Armadas no combate ao narcotráfico, nas rebeliões em presídios ou na contenção da violência em manifestações e protestos políticos. Mas argumentou que a convocação dos militares em maio foi necessária (Raul Jungmann) nós tínhamos servidores apavorados, isolados dentro de prédios. Em alguns deles ocorria incêndio, e as pessoas sem condições de fugir. Então, o que os senhores fariam em uma situação como esta, em que ficava claro o descontrole e o crescimento do vandalismo? Mas o ministro da Defesa acredita que, em situações normais, não é papel das Forças Armadas resolver a crise da segurança pública. (Raul Jungmann) Nos últimos 30 anos, houve 115 garantias da lei e da ordem. Eu acho que (...) há uma certa banalização. E essa banalização (...) tem crescido, sobretudo por conta da crise da segurança pública. (...) A crise da segurança pública não será resolvida pela Defesa. Nós vamos resolvê-la com a segurança pública. (Repórter) O senador Jorge Viana, do PT do Acre, defendeu maior integração entre as forças de segurança. (Jorge) Não sei se não estava na hora de haver uma ação mais bem coordenada entre o Ministério da Defesa, as nossas Forças, as autoridades policiais, civis e militares e as autoridades federais. Acho que o Brasil precisa montar um plano estratégico de segurança que possa vincular a presença das Forças na retaguarda. (Repórter) O ministro da Defesa também se mostrou preocupado com a proteção das fronteiras, que tem impacto no narcotráfico e no aumento da violência no país.

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