Instituição Fiscal Independente alerta que estimativas do governo sobre recuperação econômica são otimistas — Rádio Senado
Economia

Instituição Fiscal Independente alerta que estimativas do governo sobre recuperação econômica são otimistas

As estimativas de arrecadação e de recuperação da economia do governo são otimistas, alerta a Instituição Fiscal Independente. Os especialistas analisaram o Projeto de Diretrizes Orçamentárias e avaliam que se o Congresso Nacional não mudar a proposta, haverá contingenciamento e cortes de gastos.

29/06/2017, 14h11 - ATUALIZADO EM 14/09/2017, 12h19
Duração de áudio: 01:57
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: AS ESTIMATIVAS DE ARRECADAÇÃO E DE RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA DO GOVERNO SÃO OTIMISTAS, ALERTA A INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE. LOC: OS ESPECIALISTAS ANALISARAM O PROJETO DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS E AVALIAM QUE SE O CONGRESSO NÃO MUDAR A PROPOSTA, HAVERÁ CONTINGENCIAMENTO E CORTES DE GASTOS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) A Instituição Fiscal Independente analisou as projeções de recuperação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado pelo governo federal. A conclusão dos especialistas Carlos Eduardo Gasparini e Felipe Salto foi que o cenário fiscal para o período de 2018 a 2020, na visão do Executivo, é mais otimista que o calculado pela instituição. O governo conta com um superávit primário de 10 bilhões de reais já em 2020, enquanto a IFI prevê que os resultados só serão positivos a partir de 2023. Salto considera que as metas são pouco realistas. (Felipe Salto) As metas fixadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, nesse caso no projeto para o ano que vem, elas são um pouco otimistas demais, no sentido de que elas são bastante apertadas e quando nós tomamos a projeção de crescimento do PIB, de crescimento das receitas, fica muito difícil enxergar a possibilidade de cumprir esses objetivos. Se no ano que vem o PIB crescer 1.9 por cento como nós estamos projetando na IFI, a arrecadação não vai crescer acima disso. (Repórter) Na opinião do diretor-executivo da instituição, durante a análise do orçamento pelo Congresso, os parlamentares devem fazer ajustes para trazer os números para perto da realidade. Caso contrário, o cenário será de bloqueio de recursos e corte de gastos. (Felipe Salto) O que precisa fazer é imputar um pouco mais de realismo nos números. Por exemplo, pro ano que vem a meta do governo é 129 bi de déficit primário. A projeção da IFI é de 167 bi. O que o Congresso pode contribuir é aprimorando um pouco mais, detalhando um pouco mais as projeções de receita. Se aprovar como está, nós vamos ter uma meta fiscal para o ano que vem que é mais audaciosa. E ela vai exigir no mínimo um contingenciamento do Orçamento, já de saída, perto de 40 bilhões. (Repórter) Salto destacou que há a possibilidade de aumento de arrecadação se houver receitas atípicas, não recorrentes, mas que a projeção do governo não deve contar com essas verbas extraordinárias.

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