Senadores divergem quanto ao calendário de votações da reforma trabalhista
Os debates sobre a reforma trabalhista (PLC 38/2017) já chegaram ao Plenário do Senado. Senadores divergem quanto ao calendário de votação da proposta, que tem votação marcada para esta quarta-feira (28) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O senador Renan Calheiros (PMDB – AL), pediu o adiamento da votação do projeto, ao fazer críticas ao texto a ser votado pela CCJ, e diz que o momento não é propício para a votação da matéria.
Em reação à fala do líder do partido, o relator, senador Romero Jucá (PMDB – RR), rebateu as críticas e disse que o texto foi aprimorado pelo Congresso. Afirmou que eventuais ajustes ainda poderão ser feitos pelo governo.
Transcrição
LOC: E OS DEBATES SOBRE A REFORMA TRABALHISTA JÁ CHEGARAM AO PLENÁRIO DO SENADO.
LOC: SENADORES DIVERGIRAM QUANTO AO CALENDÁRIO DE VOTAÇÃO DA PROPOSTA, QUE TEM VOTAÇÃO MARCADA PARA ESTA QUARTA-FEIRA NA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA. DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.
TÉC (0627C11 – PAULA/RENAN/JUCÁ/FERRAÇO/JADER –T: 2’51’’ – A votação da reforma trabalhista tomou conta dos debates em plenário após o apelo do líder do PMDB, senador Renan Calheiros, de Alagoas, que pediu o adiamento da votação do projeto, ao fazer críticas ao texto a ser votado nesta quarta-feira pela CCJ e dizer que o momento não é propício para a votação da proposta. (RENAN) O Presidente Michel Temer não tem mais a confiança da sociedade para fazer uma reforma na calada da noite, atropeladamente, transcendental, que tem a ver com todos os brasileiros. Eu faço um apelo a V. Exª para que nós façamos uma reunião amanhã e deixemos, para a próxima semana, a votação da reforma trabalhista para que nós possamos conversar sobre um texto alternativo.
(Paula) Em reação à fala do líder do partido, o relator da proposta, Romero Jucá, do PMDB de Roraima rebateu as críticas e disse que o texto foi aprimorado pelo Congresso. Afirmou que eventuais ajustes ainda poderão ser feitos pelo governo.
(JUCÁ) Discutimos medidas, discutimos com a Bancada, discutimos com todos os setores, e o Senador Ricardo Ferraço fez um excelente trabalho.E o Governo se comprometeu com esse tipo de ajuste, ou através de veto, ou através de uma medida provisória Não é verdade que estamos tirando direitos. A Constituição brasileira garante esses direitos.
(Paula) Senadores do PT, no entanto, concordaram com o líder do PMDB, Renan Calheiros, sobre o adiamento da votação. O líder do PT, Humberto Costa, de Pernambuco, avaliou que o momento não é adequado para a votação da reforma trabalhista. Já o relator da proposta na Comissão de Assuntos Sociais e Assuntos Econômicos, Ricardo Ferraço, do PSDB do Espírito Santo, defendeu o texto e a votação nesta quarta-feira após dizer que a proposta foi elaborada com base numa análise profunda sobre o aperfeiçoamento das leis trabalhistas.
(FERRAÇO) Esta matéria não é uma matéria de propriedade do Presidente da República – é um equívoco – muito menos do seu Governo. Esta é uma matéria que interessa ao Estado brasileiro. As nossas leis trabalhistas são dos anos 40 e não dialogam mais com a realidade do nosso País.
(Paula) O senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará admitiu que se tiver interesse em modificar o texto, vai sugerir emendas à proposta. Ele defendeu a votação de acordo com o calendário já acertado.
(JADER) Se há emendas a serem feitas, que elas sejam feitas, que elas sejam feitas. se eu me convencer de que deve ser emendado, eu emendo. Não há problema. Por que não vou emendar, se é para aperfeiçoar? Nós vamos paralisar o Senado, paralisar o Congresso, porque o Presidente Temer está sendo denunciado pelo Procurador-Geral da República? Era só o que me faltava.
(Paula) A votação da reforma trabalhista está prevista para esta quarta-feira. A reunião tem início às 10 da manhã. Da Rádio Senado, Paula Groba.
