Representantes de frigoríficos justificam dívida com a Previdência em audiência na CPI sobre o setor — Rádio Senado
CPI da Previdência

Representantes de frigoríficos justificam dívida com a Previdência em audiência na CPI sobre o setor

A demora da Receita Federal em compensar créditos tributários resulta em dívidas com a Previdência Social. Esta foi a justificativa apresentada pelos representantes dos frigoríficos que mais têm débitos previdenciários durante audiência pública da CPI da Previdência.

Para o senador Dário Berger (PMDB–SC), o Congresso Nacional debate a reforma da Previdência (PEC 287/2016), com retirada de direitos, quando deveria discutir uma reforma tributária. O senador não concorda, por exemplo, com a utilização de créditos tributários em dívidas previdenciárias.

08/06/2017, 13h11 - ATUALIZADO EM 08/06/2017, 14h10
Duração de áudio: 02:06
CPI da Previdência (CPIPREV) realiza audiência interativa para ouvir representantes dos cinco maiores devedores da Previdência no setor de frigoríficos.

Mesa:
representante da JBS, Fabio Chilo;
relator da CPIPREV, senador Hélio José (PMDB-DF);
vice-presidente da CPIPREV, senador Telmário Mota (PTB-RR);
representante da Marfrig Global Foods, Heraldo Geres;
representante da Swift Armour, Felipe Ricetti Marques.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: A DEMORA DA RECEITA FEDERAL EM COMPENSAR CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS RESULTA EM DÍVIDAS COM A PREVIDÊNCIA SOCIAL. LOC: A JUSTIFICATIVA FOI DADA PELOS REPRESENTANTES DOS FRIGORÍFICOS QUE MAIS TÊM DÉBITOS PREVIDENCIÁRIOS DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CPI DA PREVIDÊNCIA. INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Repórter) O representante da JBS, Fabio Chilo, disse que a razão da dívida bilionária da empresa com a Previdência é a falta de compensação dos créditos tributários a que a empresa tem direito. E sugeriu que a Receita Federal, além de divulgar os maiores devedores, também mostre os maiores credores da União. ( Fabio Chilo) “Não se trata de um mero não pagamento. Esse procedimento de compensação de ofício é muito moroso. A Receita Federal não tem um prazo. Então qual a situação que as empresas se encontram? Ela tem um crédito reconhecido que deve ser ressarcido em espécie e tem todo dia 20 o vencimento de suas contribuições patronais. Se ela tivesse recebido em dinheiro, ela pagaria”. (Repórter) Na mesma situação está a Marfrig, afirmou seu representante, Heraldo Geres. Ele disse que a demora da Receita em restituir créditos prejudica a companhia. E criticou o tratamento diferenciado que têm créditos e débitos com a União. (Heraldo Geres) “E esse sistema é o mais perverso que tem. Porque enquanto ela é rápida em cobrar, ela é lenta em liberar os meus créditos. Por que perverso? Se eu tenho um débito de 100 hoje, daqui a pouco eu tenho 110; isso é uma bola de neve. E os meus créditos a que velocidade são corrigidos? Eles não são corrigidos”. (Repórter) Para o senador Dário Berger, do PMDB de Santa Catarina, o Congresso debate a reforma da Previdência, com retirada direitos, quando deveria discutir uma reforma tributária. O senador não concorda, por exemplo, com a utilização de créditos tributários em dívidas previdenciárias. (Dário Berger) “È inadmissível que se deixe de recolher a Previdência Social em função de compensações. Porque nós estamos compensando algo que proporciona um déficit extraordinário da Previdência Social, quando, na verdade, esse débito não é da Previdência Social”. (Repórter) A CPI da Previdência também ouviu o representante da Swift. As empresas Nicolini e Margen, também convidadas, não enviaram representantes e serão convocadas.

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