CDH debate alternativas para o alcance da meta de desmatamento ilegal zero — Rádio Senado
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CDH debate alternativas para o alcance da meta de desmatamento ilegal zero

10/05/2017, 19h36 - ATUALIZADO EM 10/05/2017, 19h36
Duração de áudio: 02:16
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência interativa para debater sobre "A importância do desmatamento zero para o Brasil e os caminhos para que seja atingido".

Mesa:
coordenadora da campanha pelo desmatamento zero do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti - em pronunciamento;
presidente eventual da CDH, senador João Capiberibe (PSB-AP);
professor, doutor em Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Raoni Rajão;
coordenadora regional da América Latina "Tropical Forest Alliance", Fabiola Zerbini.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: AS ALTERNATIVAS PARA QUE O BRASIL ALCANCE A META DE DESMATAMENTO ZERO ILEGAL FORAM DEBATIDAS PELA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS NESTA QUARTA-FEIRA. LOC: PESQUISADORES CRITICARAM PROPOSTAS EM ANÁLISE NO CONGRESSO QUE, SEGUNDO ELES, PODEM AUMENTAR O DESMATAMENTO. REPÓRTER PAULA GROBA. (Repórter) Pesquisadores e especialistas em ações socioambientais criticaram propostas em andamento no Congresso, que, segundo eles, podem ampliar o desmatamento, num movimento que vai contra as metas firmadas internacionalmente de acabar com o desmatamento ilegal. A coordenadora da Campanha pelo Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti, afirmou que a meta é possível e lembrou medidas eficazes de controle entre os anos de 2005 e 2012, com registros de quase 80% de redução. Mas alertou para o aumento do desmatamento e a escalada de violência no campo, o que contribui para o fim do ciclo positivo de preservação ambiental. (Cristiane Mazzetti) Várias medidas que só vão piorar esse cenário, então lutar pelo desmatamento zero é mais urgente do que nunca, mas não só pelo desmatamento zero, mas contra a violência no campo, pela demarcação das terras indígenas. (Repórter) A pesquisadora do Museu Emilio Goeldi, Ima Vieira, citou a ameaça à demarcação de terras indígenas e o risco da perda de biodiversidade das florestas empobrecidas biologicamente com a degradação ambiental por pastagens, proposta em análise na Câmara. ( Ima Vieira) A degradação associada ao desmatamento eleva o risco de perda de espécies e isso é muito perigoso quando percebemos que há um projeto de lei para autorizar pastagens em reserva legal. (Paula) Já na avaliação do professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Raoni Rajão, o principal desafio é acabar com o embate entre pecuária predatória e grilagem de terras públicas, principalmente na Amazônia. (Raoni Rajão) Você tem um processo de desmatamento na Amazônia que é uma perda dupla: você perde um ativo ambiental, você emite gerando uma perda inclusive pro regime de chuvas e você também está roubando da União. (Repórter) Autor do pedido para a audiência pública, o senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, disse que é preciso retomar com a sociedade a ideia sobre grandes mobilizações contra cortes orçamentários e mudanças negativas no país. (João Capiberibe) O desmatamento zero é uma questão política e que depende evidentemente da manifestação da sociedade. (Paula) Outra proposta criticada pelos especialistas e que também aguarda análise dos deputados é a que determina que a demarcação de terras indígenas passará a ser feita por lei de iniciativa do Executivo. Proposta de Emenda à Constituição 215 de 2000

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