CDH debate efeitos da reforma da Previdência para professores e policiais

Transcrição
LOC: OS EFEITOS DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA APOSENTADORIA DE POLICIAIS E PROFESSORES FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA TERÇA-FEIRA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS.
LOC: MAIS DE 20 ESPECIALISTAS E REPRESENTANTES DAS DUAS CATEGORIAS PARTICIPARAM DO DEBATE. REPÓRTER IARA FARIAS BORGES:
(Repórter) Segundo a Proposta de Emenda à Constituição, ainda em exame na Câmara dos Deputados, a idade mínima para que professores e policiais possam se aposentar é de 65 anos, com 25 anos de contribuição. Hoje, esses profissionais têm aposentadoria especial, após 30 anos de contribuição para homens e 25 para mulheres, sem idade mínima. Kleber da Silva Júnior, representante da Polícia Civil do Distrito Federal, explicou que a aposentadoria especial para policiais foi instituída nos anos de 1930, devido ao risco da atividade. Ele observou que, no Distrito Federal, por exemplo, a expectativa de vida do policial é de 55 anos
(Kleber da Silva Júnior) “Não é um privilégio! Não bastasse uma expectativa de vida menor, nós vivemos psicologicamente num ambiente de guerra. Esse país mata 60 mil pessoas por ano. Um povo que se auto intitula o mais alegre, o mais cordial, o mais hospitaleiro do mundo, produz 60 mil homicídios por ano. Isso corresponde a dois anos de guerra na Síria”.
(Repórter) A profissão de professor corre o risco de desaparecer, alertou a representante dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, que defendeu a rejeição total do texto.
(Beatriz Cerqueira) “Ninguém tem condições humanas, psíquicas, físicas, de ficar 49 anos dentro de uma sala de aula. Aos senadores e deputados nós temos um recado, que é muito simples: se votar, não volta. Porque ele não está votando contra professora, contra policial civil apena s. Ele está votando contra a população brasileira”. (Iara): Apesar de defender regras diferenciadas para policiais e professores, o senador José Medeiros, do PSD do Mato Grosso, quer ampliar o debate.
(José Medeiros) “Nós precisamos fazer o que? Um debate tipo o que a Anfip está trazendo: números, a necessidade e o porquê. E daí, partimos par um convencimento daqueles que pensam diferente”.
(Repórter) Na mesma linha, a presidente da CDH, senadora Regina Sousa, do PT do Piauí, disse que vários projetos aprovados recentemente prejudicam os brasileiros.
(Regina Sousa) “Não é só a reforma da Previdência. Ela é a mais grave, a mais cruel, mas a gente precisa juntar todo um bolo que está aí para prejudicar os que mais precisam, que é trabalhador, gente muito pobre, que depende de programa social. Então, temos que fazer o embate completo”.
(Repórter) Para o vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, esse não é o momento de se fazer reformas.
(Paulo Paim) “Esse governo e esse Congresso não têm moral nenhuma para fazer reforma da Previdência e reforma trabalhista. Primeiro, vão todos responder pelos crimes que estão sob investigação de cada um. Culpado, culpado; inocente, inocente. Mas não pode um Executivo e um Congresso sob suspeita estar fazendo reformas que afetam diretamente milhões de brasileiros”.
(Repórter) Este foi mais um debate do ciclo de audiências sobre as reformas Previdenciária e Trabalhista na Comissão de Direitos Humanos
PEC 287/2016

