Euclides da Cunha pode ser o primeiro escritor a ter seu nome no Livro dos Heróis da Pátria — Rádio Senado
Projeto

Euclides da Cunha pode ser o primeiro escritor a ter seu nome no Livro dos Heróis da Pátria

28/12/2016, 12h08 - ATUALIZADO EM 28/12/2016, 12h08
Duração de áudio: 01:59
Reprodução/Youtube

Transcrição
LOC: EUCLIDES DA CUNHA PODERÁ SER O PRIMEIRO ESCRITOR A TER SEU NOME NO LIVRO DOS “HERÓIS DA PÁTRIA”. LOC: UM PROJETO COM ESSE OBJETIVO ESTÁ PRONTO PARA VOTAÇÃO NO PLENÁRIO DO SENADO. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ: (Repórter) 2016 marca os 150 anos do escritor Euclides da Cunha, que também era engenheiro civil, bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais e que pode se tornar o primeiro escritor a ter seu nome registrado no livro de aço dos Heróis da Pátria. Projeto nesse sentido, do deputado Carlos Bezerra, foi aprovado na Comissão de Educação do Senado, onde teve como relator o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia: (Otto Alencar) “Ele merece, realmente, figurar entre os heróis da Pátria pela contribuição que ele deu com os seus livros e com os seus estudos” (Repórter) Euclides da Cunha é um dos autores fundamentais para quem quer entender o Brasil. Obras como Os sertões, em que trata do sertão, do sertanejo e da Guerra de Canudos; e À margem da história, que reúne ensaios derivados de suas expedições pela Amazônia; mostram um país que, por estar longe dos grandes centros localizados perto do litoral, era desconsiderado. Isto é o que ressaltou, em entrevista à jornalista Beatriz Mendonça, da Rádio Senado, Walnice Nogueira Galvão, uma das maiores especialistas em Euclides da Cunha: (Walnice Nogueira Galvã) A contribuição dele é voltar os olhos pra essas entranhas do país, abandonadas, e que, não só eram abandonadas, eram recalcadas, quer dizer: as pessoas precisavam pensar que não existiam, que o Brasil era só aquela beleza do Rio de Janeiro, a modernização. (Repórter) Para o professor Ronaldes de Melo e Souza, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao revelar esse país esquecido, Euclides também denunciou o fosso que separa o povo brasileiro da elite que o governa: (Ronaldes de Melo e Souza) O livro do Euclides está querendo verificar que a Guerra de Canudos é o símbolo de um drama maior que é esse divórcio do Estado e do povo; a elite é a sociedade, essa oligarquia dominante, alheia aos reclamos da comunidade. (Repórter) O projeto que inclui o nome de Euclides da Cunha no livro dos “Heróis da Pátria” está pronto para ser votado no Plenário do Senado. PLC 205/2015

Ao vivo
00:0000:00