Projeto institui o Dia Nacional do Boxe — Rádio Senado
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Projeto institui o Dia Nacional do Boxe

23/12/2016, 16h38 - ATUALIZADO EM 23/12/2016, 16h38
Duração de áudio: 05:56
Foto: Roberto Castro/ Brasil2016

Transcrição
LOC: PROJETO DE LEI EM DEBATE NO SENADO INSTITUI O DIA NACIONAL DO BOXE, A SER COMEMORADO NO DIA 26 DE MARÇO. NOMES COMO ÉDER JOFRE, SERVÍLIO DE OLIVEIRA E ROBSON CONCEIÇÃO MARCARAM A HISTÓRIA DESSE ESPORTE NO PAÍS. LOC. ACOMPANHE UMA BREVE HISTÓRIA DAS PRINCIPAIS CONQUISTAS BRASILEIRAS NESSE ESPORTE NA REPORTAGEM DE THIAGO MELO. TÉC: O Boxe surge no Brasil em 1913, no estado de São Paulo. Luiz Sucupira, conhecido como o Apolo Brasileiro foi o responsável por divulgar o esporte que conquistaria gerações. Na década de 20 o boxe é regulamentado como esporte e ganha força ao serem criadas as comissões municipais, em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. O primeiro pugilista brasileiro a participar de uma luta profissional foi Benedito dos Santos, conhecido como Ditão. Após ser derrotado duramente pelo europeu Hermínio Spalla, Benedito sofreu um derrame e decidiu encerrar a carreira. A polêmica envolvendo a violência da luta foi suficiente para proibir o boxe no Brasil até 1925. Nos anos seguintes, a proibição foi revogada e, a partir de 1940, o Brasil entrava de vez no mundo do Boxe. Grandes nomes foram revelados, como Kaled Curi, Ralf Zumbano e Éder Jofre, considerado o maior boxeador brasileiro, que em 1960 tornou-se campeão mundial e manteve o cinturão até 1965. Em 68, o Boxe brasileiro teve sua primeira medalha olímpica, conquistada pelas mãos de Servílio de Oliveira. O paulistano garantiu o bronze nas olimpíadas do México na categoria peso mosca. Antes de competir fora do Brasil, Servílio já havia sido campeão paulista e campeão brasileiro por dois anos consecutivos. Ao relatar sua paixão pelo boxe, Servílio explica que, ao assistir as lutas de Éder Jofre, surgiu a vontade de competir. (Servílio) O meu irmão me levou ao cinema no cine soberano lá no bairro do Ipiranga, eu era menino e tinha dez, doze anos de idade. No cinema, nos intervalos, sempre passavam lá o canal cem. O canal cem passavam lá todos os acontecimentos da semana e eu vi o Éder nocautear o Danny Kid. E a partir daí eu comecei a me interessar e cheguei até onde pude. (REP) Servílio conta que, antes de embarcar para o México em 68, passou por muitas dificuldades. (Servílio) Na verdade lá naquela época, o esporte não era tão propagado, não havia incentivo. Nós éramos muito jovens, o boxe brasileiro e o esporte brasileiro, uma vez que o Brasil participou pela primeira vez em jogos olímpicos só em 1920 na Antuérpia, na Bélgica. (REP) Depois de conquistar o bronze nas terras mexicanas, Servílio decidiu tornar-se profissional. Foi campeão brasileiro e sul-americano e chegou ao terceiro lugar do ranking mundial. Mas um acidente sofrido durante uma luta contra o norte-americano Tony Moreno em 1971, que provocou um deslocamento de retina, afastaria Servílio do sonho do título mundial. Em 1978 encerrou definitivamente sua carreira. No currículo, 30 vitórias e 5 derrotas como amador e 20 vitórias em 20 lutas, como profissional. Atualmente, aos 68 anos, o campeão olímpico trabalha como coordenador técnico. Servílio lembra dos excelentes resultados de boxeadores brasileiros, mas faz um apelo quanto aos investimentos necessários para tornar o Brasil uma potência do esporte mundial. (Servílio) Eu penso que o esporte no Brasil, ele devia ter um outro olhar. Eu penso que nós deveríamos fazer como se faz por exemplo em Cuba, nos Estados Unidos, que você arruma vários olheiros, especialistas em várias modalidades para escolher essa juventude que está aí nos lugares mais longínquos. E aí você começa a indicar diversas modalidades. Com todo essa verba que existe no nosso país. Se essa verba fosse realmente dirigida aonde tem que ser dirigida, Nós seríamos uma potência. (REP) Na década de 80, surge mais um grande nome do boxe brasileiro, dessa vez na categoria peso pesado. José Adilson Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Maguila, autor de 78 nocautes em 87 lutas. Na década de 90, o baiano Acelino Freitas, conhecido popularmente como Popó, entrou de vez na história do boxe brasileiro ao conquistar o cinturão dos super-pena em 99. Em 2006 conquistou o cinturão na categoria peso-leve. Na história olímpica recente, o Brasil conquistou dois bronzes e uma prata em Londres, 2012, e em 2016, veio o primeiro ouro. O baiano Robson Conceição, conquistou o primeiro lugar na categoria peso-leve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Para homenagear os campeões brasileiros e a nova geração de boxeadores, há um projeto de lei em debate no Senado Federal que institui o Dia Nacional do Boxe. O senador Romário, do PSB do Rio de Janeiro, ao apresentar o relatório favorável à criação da data, lembrou o crescimento e a importância do boxe para o esporte brasileiro e destacou grandes nomes. (Romário) Pela relevância esportiva e social do tradicionalíssimo boxe. A proposição visa homenagear o boxe, esporte de luta mais tradicional em todo o mundo. Nos Jogos Olímpicos modernos. Entre os brasileiros, devemos destacar a figura ímpar de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, e, igualmente, Acelino Popó Freitas, o pugilista baiano famoso por suas inúmeras vitórias. (REP) A data escolhida para a homenagem é 26 de março, dia do nascimento do boxeador brasileiro Éder Jofre. A ideia é que em todo ano, nesta data, sejam divulgados relatórios sobre as potencialidades do boxe, as dificuldades e desafios do esporte, assim como planos de aperfeiçoamento e profissionalização dos atletas brasileiros. O projeto aguarda votação do Plenário do Senado. Da Rádio Senado, Thiago Melo. PLC 50/2016

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