Especialistas afirmam que crise econômica paralisou expansão das energias renováveis — Rádio Senado
Comissão de Infraestrutura

Especialistas afirmam que crise econômica paralisou expansão das energias renováveis

13/12/2016, 12h56 - ATUALIZADO EM 13/12/2016, 13h00
Duração de áudio: 02:43
Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) realiza audiência pública interativa para discutir a necessidade de alterações no modelo de geração de energia elétrica, tendo em vista as políticas públicas de implantação de energias alternativas e renováveis no Brasil e suas interdependências com as energias tradicionais na composição da matriz elétrica brasileira. 

Mesa: 
superintendente de Regulação dos Serviços de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Christiano Vieira da Silva; 
presidente eventual, senador Hélio José (PMDB-DF); 
presidente-executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), Reginaldo Medeiros 

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CRISE ECONÔMICA PARALISOU A EXPANSÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS, ALERTARAM ESPECIALISTAS DURANTE DEBATE NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DO SENADO. LOC: AS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA APONTAM QUE OS INVESTIMENTOS EM FONTES LIMPAS SÓ SERÃO RETOMADOS COM A ABERTURA DO MERCADO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) Energias de fontes renováveis como a eólica e a biomassa vinham expandindo sua participação na matriz energética até 2014. Com a crise econômica e o desaquecimento na indústria – e a consequente queda no consumo – o setor praticamente se estagnou, de acordo com o representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Zilmar Souza. (Zilmar Souza) Uma fonte como a Biomassa que já chegou a, no ano de 2010, acrescentar 1750 megawatts – 12% de uma Itaipu – e responder por quase um terço da expansão do acréscimo anual de capacidade instalada na matriz de energia elétrica, quando você olha pra frente, 2018, 2019 some, a biomassa some da matriz energética em termos de expansão. (Repórter) Christiano Vieira, da Agência Nacional de Energia Elétrica, disse que o aumento da participação das fontes renováveis depende de ajustes comerciais e técnicos, para preservar a segurança dos contratos já firmados e evitar apagões. Mas defendeu a substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas. (Christiano Vieira) A gente tem que aproveitar esse potencial de biomassa, porque nessa hora que a gente precisa da complementação térmica, nada melhor que complementar uma renovável com outra renovável, poucos países no mundo têm essa condição que a gente tem. Se complementa eólica na Europa com carvão, você tem que colocar uma base térmica suja. E aqui no nosso país a gente tem essa riqueza. (Repórter) Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, associação de empresas de energia elétrica que reúne, entre outras, Gerdau, Odebrecht, Vale e Petrobras Energia, defendeu que somente a abertura do mercado vai trazer investimentos em fontes limpas. (Reginaldo Medeiros) Precisamos atrair capital pro país pra fazer investimento. A abertura de mercado é fundamental. Tramita aqui no Senado o PLS 232, que propõe a abertura do mercado total até 2023. Países em que houve abertura de mercado dando a opção do consumidor de livre escolha, rapidamente desenvolveu fontes renováveis. (Repórter) Medeiros defendeu ainda a regulamentação da venda de energia excedente, com pagamento efetivo pelo uso da infraestrutura de transmissão das distribuidoras. O senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, disse que vai reunir as sugestões para construir um marco regulatório das energias renováveis. (Hélio José) Queremos realmente que o fio seja remunerado de forma adequada, não queremos matar nenhuma distribuidora que fez investimento ao longo do tempo, mas temos que sentar, conversar, e ver uma forma de todo mundo sobreviver e do sistema não se estagnar. E não ficar na dependência de energias que poluem o ambiente, que faz com que o Brasil não cumpra com seus objetivos de reduzir a tarifa. (Repórter) Outros pontos que o senador deve incluir são o uso de outras fontes de biomassa como resíduos urbanos e rurais, além de incentivos para produção de painéis solares e transformadores, para permitir a venda de energia entre todos os tipos de usina e a rede elétrica.

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