Especialistas afirmam que crise econômica paralisou expansão das energias renováveis
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LOC: A CRISE ECONÔMICA PARALISOU A EXPANSÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS, ALERTARAM ESPECIALISTAS DURANTE DEBATE NA COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DO SENADO.
LOC: AS CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA APONTAM QUE OS INVESTIMENTOS EM FONTES LIMPAS SÓ SERÃO RETOMADOS COM A ABERTURA DO MERCADO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO.
(Repórter) Energias de fontes renováveis como a eólica e a biomassa vinham expandindo sua participação na matriz energética até 2014. Com a crise econômica e o desaquecimento na indústria – e a consequente queda no consumo – o setor praticamente se estagnou, de acordo com o representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, Zilmar Souza.
(Zilmar Souza) Uma fonte como a Biomassa que já chegou a, no ano de 2010, acrescentar 1750 megawatts – 12% de uma Itaipu – e responder por quase um terço da expansão do acréscimo anual de capacidade instalada na matriz de energia elétrica, quando você olha pra frente, 2018, 2019 some, a biomassa some da matriz energética em termos de expansão.
(Repórter) Christiano Vieira, da Agência Nacional de Energia Elétrica, disse que o aumento da participação das fontes renováveis depende de ajustes comerciais e técnicos, para preservar a segurança dos contratos já firmados e evitar apagões. Mas defendeu a substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas.
(Christiano Vieira) A gente tem que aproveitar esse potencial de biomassa, porque nessa hora que a gente precisa da complementação térmica, nada melhor que complementar uma renovável com outra renovável, poucos países no mundo têm essa condição que a gente tem. Se complementa eólica na Europa com carvão, você tem que colocar uma base térmica suja. E aqui no nosso país a gente tem essa riqueza.
(Repórter) Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, associação de empresas de energia elétrica que reúne, entre outras, Gerdau, Odebrecht, Vale e Petrobras Energia, defendeu que somente a abertura do mercado vai trazer investimentos em fontes limpas.
(Reginaldo Medeiros) Precisamos atrair capital pro país pra fazer investimento. A abertura de mercado é fundamental. Tramita aqui no Senado o PLS 232, que propõe a abertura do mercado total até 2023. Países em que houve abertura de mercado dando a opção do consumidor de livre escolha, rapidamente desenvolveu fontes renováveis.
(Repórter) Medeiros defendeu ainda a regulamentação da venda de energia excedente, com pagamento efetivo pelo uso da infraestrutura de transmissão das distribuidoras. O senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal, disse que vai reunir as sugestões para construir um marco regulatório das energias renováveis.
(Hélio José) Queremos realmente que o fio seja remunerado de forma adequada, não queremos matar nenhuma distribuidora que fez investimento ao longo do tempo, mas temos que sentar, conversar, e ver uma forma de todo mundo sobreviver e do sistema não se estagnar. E não ficar na dependência de energias que poluem o ambiente, que faz com que o Brasil não cumpra com seus objetivos de reduzir a tarifa.
(Repórter) Outros pontos que o senador deve incluir são o uso de outras fontes de biomassa como resíduos urbanos e rurais, além de incentivos para produção de painéis solares e transformadores, para permitir a venda de energia entre todos os tipos de usina e a rede elétrica.