Senadores ficam divididos sobre decisão do STF de proibir vaquejadas — Rádio Senado
Política

Senadores ficam divididos sobre decisão do STF de proibir vaquejadas

11/10/2016, 18h28 - ATUALIZADO EM 11/10/2016, 18h28
Duração de áudio: 02:02
Brasília - Vaqueiros  protestam, na Esplanada dos Ministérios, contra a proibição da vaquejada. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Transcrição
LOC: SENADORES FICAM DIVIDIDOS SOBRE DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL DE PROIBIR AS VAQUEJADAS. LOC: ENQUANTO UNS AFIRMAM QUE ATIVIDADE FAZ PARTE DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS, OUTROS ALERTAM PARA CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. TÉC: A decisão do STF derruba uma lei do Ceará que legalizava a vaquejada. Por 6 votos a 5, os ministros entenderam que a atividade causa sofrimento aos animais. O boi é perseguido por dois vaqueiros montados a cavalo e derrubado por puxões na cauda. No entanto, associações de vaqueiros alegam que já existem critérios para as competições, como a utilização do protetor de cauda para evitar fraturas no animal e a existência de uma faixa de areia para amortecer a queda. O senador Telmário Mota, do PDT de Roraima, disse que a vaquejada faz parte da cultura brasileira e surgiu na tentativa de que sertanejos pegassem bois que eram criados soltos para evitar o efeito manada. (Telmário) “Essa peleja foi aperfeiçoada e trazida para a cidade, e há mais de 100 anos virou parte da cultura nordestina. Há regulamentos e regras. A principal delas é proteger o animal. Isso não podemos negar. É falso afirmar que os animais são maltratados. Se o boi é o ganha-pão do vaqueiro, como o vaqueiro vai maltratá-lo?” (REP) Relator da proposta do Estatuto dos Animais, o senador Antônio Anastasia, do PSDB de Minas Gerais, defende a decisão do Supremo. Para ele, os direitos dos animais precisam ser preservados e a proibição segue uma tendência mundial. (Anastasia) “A despeito também da tradição cultural desses eventos que envolvam animais, são eventos que também tem uma faixa de crueldade contras os animais. E agora, no século XXI, já existe uma consciência ambiental, não só no Brasil, mas em todos os países e cidades do mundo, no sentido de que essas práticas não devem mais ser toleradas. Por isso mesmo acredito que o STF agiu bem quando determina a proibição desse tipo de prática.” (REP) Embora trate de uma lei do Ceará, a decisão do STF abre caminho para que a prática seja considerada ilegal em outras regiões. Estados do Norte e do Nordeste e também o Distrito Federal já registraram manifestações contra a proibição. Da Rádio Senado, Marcella Cunha. PLS 631/2015 ESTATUTO DOS ANIMAIS

Ao vivo
00:0000:00