Senadores lamentam resultados de pesquisa sobre estupro — Rádio Senado
Violência contra a Mulher

Senadores lamentam resultados de pesquisa sobre estupro

21/09/2016, 17h56 - ATUALIZADO EM 21/09/2016, 18h07
Duração de áudio: 02:01
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Transcrição
LOC: UM EM CADA TRÊS BRASILEIROS CONCORDA QUE MULHER COM ROUPA PROVOCATIVA NÃO PODE RECLAMAR DE ESTUPRO. LOC: FOI O QUE REVELOU UMA PESQUISA DO DATAFOLHA, ENCOMENDADA PELO FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DIVULGADA NESTA QUARTA-FEIRA. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI: (Repórter) A pesquisa mostrou que 30 por cento dos entrevistados concordam com a seguinte afirmação: “A mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”. O percentual é ainda maior entre os idosos, adultos com mais de 35 anos e pessoas com baixa escolaridade. A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, ficou chocada com os dados e lamentou que muitas mulheres também concordem com a afirmação: (Ana Amélia) Se não bastasse a gravidade disso, o que mais me alarmou foi que a culpabilização da vítima também acontece entre as mulheres, que são as que mais sofrem com o crime. 32 por cento das mulheres concordam com essa afirmação. Alguma coisa muito grave está acontecendo na sociedade brasileira. (MAURÍCIO): O senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, considerou uma aberração culpar a mulher por ter sido vítima de estupro: (Cristovam Buarque) É o machismo na cabeça dos homens e também na cabeça das mulheres, por influência de um processo educacional. Achar que o crime de estupro pode ser culpa da mulher é uma das aberrações tão grandes da ética que dá para gente se pensar como se chegou a esse ponto. (Repórter) E a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, acredita que não basta aumentar as penas para os crimes de estupro, como o Senado fez em maio quando tornou mais rigorosa a punição para o estupro coletivo. É preciso também mudar a cultura dos brasileiros: (Gleisi Hoffmann) nós temos que ter leis avançadas, mas se nós não mudarmos o comportamento, não mudarmos a cultura, nós não vamos conseguir avançar. e nós ainda temos que ouvir gracinhas de que os homens vão fazer um movimento para o seu empoderamento, para não perder direitos. (Repórter) A pesquisa do Datafolha ouviu 3.625 pessoas, com mais de 16 anos, em 217 municípios, entre os dias primeiro e cinco de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. PLS 618/2015

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