Protesto de estudantes interrompe debate sobre projeto "Escola Sem Partido" — Rádio Senado
Educação

Protesto de estudantes interrompe debate sobre projeto "Escola Sem Partido"

01/09/2016, 16h26 - ATUALIZADO EM 01/09/2016, 16h32
Duração de áudio: 02:04
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
LOC: PROTESTOS DE ESTUDANTES INTERROMPEM DEBATE SOBRE PROJETO “ESCOLA SEM PARTIDO” NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. LOC: O SENADOR CRISTOVAM LAMENTOU O EPISÓDIO E DEFENDEU QUE TODOS OS LADOS POSSAM SER OUVIDOS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) A proposta Escola Sem Partido foi idealizada pelo filósofo Miguel Nagib e apresentada na forma de projeto de lei no Senado pelo senador Magno Malta, do PR do Espírito Santo. Nagib veio à Comissão de Educação do Senado falar sobre o tema, e defendeu que a proposta não fere a liberdade de expressão dos professores, mas protege a liberdade de consciência e de crença dos alunos, que são uma audiência cativa. (Miguel Nagib) O estudante é a parte fraca da relação. É ele quem tem que ser protegido. Sem que haja nenhuma violação ao direito do professor dar as aulas, Só que esse direito não é um direito ilimitado, liberdade de ensinar não se confunde com liberdade de expressão. No Facebook, por exemplo, quando nós expressamos as nossas opiniões religiosas, eventualmente nós estaremos ferindo as crenças das pessoas que estão lendo as nossas postagens. Só que ninguém é obrigado a ler as nossas postagens, e os alunos são obrigados a escutar o discurso do professor. Essa é a grande diferença. (Repórter) Já Toni Reis, representante do Fórum Nacional de Educação, considera a proposta uma censura aos professores. (Toni Reis) Nos colocamos frontalmente contra esse projeto, que tenta amordaçar os professores e professores, que tenta censurar a educação pedagógica. (Repórter) No terceiro debatedor, e depois de vários pedidos para o público, composto basicamente por estudantes, respeitar as diversas posições sobre a proposta, o senador Cristovam Buarque, do PPS do Distrito Federal, que é relator do projeto, teve que suspender os trabalhos. Ele lamentou o fato e defendeu que o tema seja discutido. (Cristovam Buarque) Houve uma agressão à reunião ao não deixarem, com suas vaias, que um dos palestrantes falasse. E eu me senti incomodado ao ver que em vez de estarmos discutindo o assunto, estavam acusando que eu estava presidindo a mesa como golpista. E eu disse a eles que fiquei nove anos no exterior para fugir de golpista. Isso me chateou muito, estava indo muito bem, um número grande de palestrantes, a favor e contra, bem distribuído. Eu pessoalmente não tenho nenhuma simpatia com essa ideia de escola sem partido, mas tem que ser debatido. (Repórter) A proposta prevê que as escolas fixem cartazes explicando aos alunos que os professores não devem usar sua posição para promover interesses pessoais ou preferências ideológicas, religiosas, políticas e partidárias. PLS 193/2016

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