Aloysio Nunes diz que Venezuela não tem condições de exercer a presidência do Mercosul
O mandato do Uruguai no comando do Mercosul expirou em julho e, pela regra da rotatividade de comando do bloco, agora seria a vez da Venezuela assumir a presidência. Em comunicado, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE), senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB – SP) afirmou que a Venezuela não tem condições de assumir o cargo por descumprir regras relativas ao funcionamento do bloco. Em julho, a CRE já havia aprovado, por iniciativa da senadora Ana Amélia (PP – RS), voto de expressão de extrema preocupação com a questão. Na visão da senadora, a Venezuela não pode assumir essa presidência enquanto persistirem as violações aos direitos humanos e aos princípios democráticos naquele país. A senadora Gleisi Hoffmann (PT – PR) critica a intenção de quebrar a regra democrática da rotatividade da presidência do Mercosul.
Transcrição
LOC: O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES, ALOYSIO NUNES FERREIRA, DO PSDB SÃO PAULO, AVALIOU QUE A VENEZUELA NÃO TEM CONDIÇÕES DE EXERCER A PRESIDÊNCIA DO MERCOSUL.
LOC: NO MÊS PASSADO, A COMISSÃO JÁ HAVIA APROVADO UM VOTO DE REPÚDIO À TRANSMISSÃO DA PRESIDÊNCIA DO BLOCO AO PAÍS VIZINHO. DETALHES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES:
TÉC: O mandato do Uruguai no comando do Mercosul expirou em julho e agora é a vez da Venezuela. Em comunicado, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, afirmou que a Venezuela não tem condições de comandar o Mercosul por descumprir regras relativas ao funcionamento do bloco. O vice-presidente da CRE, senador Lasier Martins, do PDT do Rio Grande do Sul, que conduziu as sabatinas de embaixadores realizadas na quinta-feira, leu o comunicado do senador Aloysio.
(LASIER) “A Venezuela não está em condições de exercer essa função. O governo venezuelano não cumpriu o cronograma de incorporação das normas constantes de seu protocolo de adesão, admitindo que não incorporará mais de cem normas a tempo para cumprir o prazo estabelecido no protocolo de adesão. A manifestação do governo brasileiro foi pela rejeição da autoproclamação da presidência venezuelana”.
(REPÓRTER): Em julho, a Comissão de Relações Exteriores já havia aprovado, por iniciativa da senadora Ana Amélia, do PP gaúcho, voto de expressão de extrema preocupação com a questão. Na visão da senadora, a Venezuela não pode assumir a presidência do Mercosul enquanto persistirem as violações aos direitos humanos e aos princípios democráticos naquele país.
(Ana Amélia). “Invoquei no meu requerimento, que foi aprovado, o relatório feito pelo também ex-chanceler uruguaio, Luiz Almagro, que fez um documento descrevendo detalhes das violações de direitos humanos e sobretudo aos princípios democráticos por parte do governo Maduro. E ele propôs pela OEA a aplicação de sanções previstas na Carta Democrática da OEA em relação à Venezuela”.
(REPÓRTER): A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, critica a intenção de impedir que a Venezuela assuma a presidência do Mercosul.
(Gleisi). Queriam quebrar a regra democrática da rotatividade da presidência do Mercosul. Foram lá na expectativa de exportar um golpe. Pois pediram o que não deveriam, e ouviram o que não queriam: As regras democráticas têm de ser respeitadas. (Iara): A presidência temporária do Mercosul tem duração de seis meses e é exercida em rodízio entre os países membros, por ordem alfabética. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.