CDH debate violação de direitos trabalhistas nos EUA pela Nissan — Rádio Senado
Patrocinadora Olimpiadas

CDH debate violação de direitos trabalhistas nos EUA pela Nissan

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) debateu nesta segunda-feira (11) a violação de direitos trabalhistas nos Estados Unidos pela empresa Nissan. Sindicalistas brasileiros protestam contra a montadora, que é patrocinadora das Olimpíadas 2016. A empresa é patrocinadora das Olimpíadas e foi denunciada pela United Auto Workers, uma entidade sindical norte-americana do setor automobilístico, por limitar direitos trabalhistas e coibir a organização sindical na fábrica do estado de Mississipi.

Segundo o presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT – RS),  já há propostas com esse objetivo em análise no Congresso brasileiro, como a que permite a terceirização na atividade-fim e a que inibe a atividade sindical. Ele acredita que só é possível barrar esses projetos com a união dos trabalhadores. R

11/04/2016, 13h58 - ATUALIZADO EM 11/04/2016, 14h49
Duração de áudio: 02:44
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA A VIOLAÇÃO DE DIREITOS TRABALHISTAS NOS ESTADOS UNIDOS PELA EMPRESA NISSAN. LOC: SINDICALISTAS BRASILEIROS PROTESTAM CONTRA A MONTADORA, QUE É PATROCINADORA DAS OLIMPÍADAS 2016. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. (Repórter) Entidades sindicais pressionam o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para denunciar práticas contra trabalhadores usadas pela montadora japonesa Nissan nos Estados Unidos. A empresa é patrocinadora das Olimpíadas e foi denunciada pela United Auto Workers, uma entidade sindical norte-americana do setor automobilístico, por limitar direitos trabalhistas e coibir a organização sindical na fábrica do estado de Mississipi. Kristyne Peter, representante do sindicato, alertou a Comissão de Direitos Humanos que esses movimentos contra sindicatos estão se espalhando pelo mundo e podem chegar ao Brasil. (Kristine Peter) Esse não é um problema só dos Estados Unidos. As consultorias para repelir sindicatos estão presentes em mais de 40 países. Eles aconselham empresas que querem impedir trabalhadores de formar um sindicato a qualquer custo sobre como intimidar e enganar os empregados. Se os ataques contra sindicatos não forem barrados nos Estados Unidos, eles estarão aqui no Brasil em questão de anos. (Repórter) A empregada da Nissan no Mississipi Betty Jones revelou que as práticas de intimidação contra a organização sindical estão institucionalizadas na fábrica. (Betty Jones) Eu já fui alvo de ameaças. Eu costumava usar um broche do sindicato, usava camiseta do sindicato todo dia. Um gerente veio e me disse: você tem que tirar isso. Fomos fazer uma reclamação e me disseram que eu não deveria estar conversando com outros trabalhadores sobre formar um sindicato. Alguns empregados que vieram trabalhar no meu setor chegaram a trabalhar 28 dias seguidos sem folga, 12 hora por dia. (Repórter) O presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, disse que já há propostas com esse objetivo em análise no Congresso brasileiro, como a que permite a terceirização na atividade-fim e a que inibe a atividade sindical. Ele acredita que só é possível barrar esses projetos com a união dos trabalhadores. (Paulo Paim) Ou a gente tem uma grande união, primeiro interna no seu país, e depois buscar solidariedade internacional, ou a situação dos trabalhadores vai ficar cada vez mais difícil. E nós teremos no futuro metalúrgicas sem metalúrgicos, bancos sem bancários, comércio sem comerciário, porque esses escritórios montam uma empresa, muitas vezes desaparece com o tempo, e começa a deslocar os trabalhadores prum lado ou para o outro e desmantelando, inclusive, a organização sindical. (Repórter) A Nissan Brasil foi convidada a participar do debate, mas enviou uma carta dizendo que não poderia comparecer, que a Nissan japonesa é acionista minoritária da brasileira e que respeita os direitos dos trabalhadores. Roberto Fragoso

Ao vivo
00:0000:00