CDH debate aumento das chamadas doenças negligenciadas — Rádio Senado
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CDH debate aumento das chamadas doenças negligenciadas

Estão faltando vacinas no país para o tratamento de algumas das chamadas doenças negligenciadas. Os brasileiros estão entre os mais afetados no mundo por dengue, tuberculose e hanseníase, por exemplo. No caso da hanseníase ou lepra, o maior número de casos no mundo está entre os brasileiros e os indianos. A situação é tão grave que, segundo a presidente do Departamento de Dermatologia da Associação Paulista de Medicina, Leontina da Conceição Margarido, o quadro no país hoje equivale ao da Europa na Idade Média. O assunto foi debatido nesta terça-feira (16) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).

16/02/2016, 12h32 - ATUALIZADO EM 16/02/2016, 18h35
Duração de áudio: 02:33
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
LOC: ESTÃO FALTANDO VACINAS NO PAÍS PARA O TRATAMENTO DE ALGUMAS DAS CHAMADAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS. LOC: OS BRASILEIROS ESTÃO ENTRE OS MAIS AFETADOS NO MUNDO POR DENGUE, TUBERCULOSE E HANSENÍASE, POR EXEMPLO. O ASSUNTO FOI DEBATIDO NESTA TERÇA-FEIRA PELA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. TÉC: As chamadas doenças negligenciadas costumam atingir mais as populações de baixa renda. Malária, doença de Chagas, leishmaniose, dengue, tuberculose e hanseníase, ou lepra como é mais conhecida, são alguns exemplos. O Brasil está entre os países com maior incidência dessas moléstias, que, segundos os especialistas, estão subnotificadas. No caso da hanseníase ou lepra, o maior número de casos no mundo está entre os brasileiros e os indianos. A situação é tão grave que, segundo a Presidente do Departamento de Dermatologia da Associação Paulista de Medicina, Leontina da Conceição Margarido, o quadro no país hoje equivale ao da Europa na Idade Média. (Leontina) Em 2010 morreram sete vezes mais pessoas por tuberculose do que por dengue. E elas não tinham AIDS. (REP) A médica participou com outros especialistas de uma audiência pública sobre o assunto na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Além de campanhas educativas e de mobilização nacional, foi enfatizada a importância dos pacientes não interromperem seus tratamentos e recomendado o aumento das doses de vacinas como a BCG. Mas a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, lembrou que estão faltando vacinas e medicamentos na rede pública de saúde em regiões do país. (sen. Ana Amélia) Neste momento precisamente o Ministério da Saúde não tem nem BCG, nem antitetânica, nem (...) várias outras prevenções para a população brasileira. . (REP) O representante do Ministério da Saúde disse que o problema não é nacional. Também explicou que o governo vem tentando investir na formação de profissionais que tratam dessas doenças, como os médicos de família. Mas segundo Sigisfredo Luis Brenelli, diretor presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, a situação nesta área também é precária e a política para o setor tem que ser reorientada. (Brenelli) Se a gente for querer esperar formar esse monte de médicos que a gente vai formar daqui para frente que saiba diagnosticar, não vai dar tempo. Nós vamos chegar no século 22 ainda com estatísticas do século 19. (REP) As informações da audiência vão ajudar o Senado a propor políticas para o tratamento das doenças negligenciadas. Da Rádio Senado, Floriano Filho

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