CI debate o programa de concessões de rodovias no Brasil
As obras nas rodovias realizadas por concessionárias podem atrasar em razão da dificuldade de liberação de financiamentos. O assunto foi discutido nesta quarta-feira (18) pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). O senador Blairo Maggi (PR – MT), que requereu a audiência, disse estar preocupado com o atraso na conclusão das obras por problemas de financiamento.
Transcrição
LOC: AS OBRAS NAS RODOVIAS REALIZADAS PELAS CONCESSIONÁRIAS PODEM ATRASAR EM RAZÃO DA DIFICULDADE DE LIBERAÇÃO DE FINANCIAMENTOS.
LOC: O ASSUNTO FOI DISCUTIDO NESTA QUARTA-FEIRA PELA COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA. A REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES:
(Repórter) O programa de concessões de rodovias tem vinte anos e já foram transferidas para a iniciativa privada 61 delas. Na fase atual, as concessionárias vão duplicar quatro mil quilômetros nos próximos cinco anos, com investimento de 55 bilhões de reais. O senador Blairo Maggi, do PR de Mato Grosso, que requereu a audiência, disse estar preocupado com o atraso na conclusão das obras por problemas de financiamento.
(Blairo Maggi) “O grau de dificuldade que essas concessões estão tendo, nesse momento, de acessar aos financiamentos, que lá atrás diziam que teriam para levar adiante essas concessões de construir esses milhares de quilômetros de rodovias que estão aí colocados. Nós temos preocupação enorme de, de repente, ver essas obras não cumpridas dentro dos prazos estabelecidos, o que seria um prejuízo muito grande para o Mato Grosso e para o Brasil ”.
(Repórter) O diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Jorge Bastos, garantiu que as concessionárias estão cumprindo os prazos. Mas também observou que as empresas reclamam das dificuldades financeiras.
(Jorge Bastos) “Realmente, isso vai impactar lá na frente porque se eles não conseguirem o financiamento; eles têm de cumprir um prazo determinado, que é a duplicação total em cinco anos. No plano de negócio deles eles já deviam estar contando com o financiamento. E, aí, a gente precisa sentar e resolver esse problema”. (Iara): O representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, Cleverson da Silva, afirmou que os recursos estão sendo liberados de acordo com o previsto. E explicou que contratos obedecem a critérios técnicos.
(Cleverson da Silva) “O banco está seguindo estritamente as condições de financiamento que foram divulgadas à época do leilão. Na hora da análise de um projeto é que se vai verificar a projeção de receitas desse projeto ao longo do tempo, o volume de investimentos que ele tem que fazer, e como é a sustentabilidade desse projeto e o tamanho da dívida que ele suporta. E, eventualmente um projeto não suporta os três bilhões de dívida que ele esperava inicialmente”.
(Repórter) Também participaram do encontro os representantes do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. A audiência foi interativa e os cidadãos também participaram com questionamentos.