CPI do Carf ouve ex-funcionários de escritório de advocacia investigado pela Operação Zelotes — Rádio Senado
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CPI do Carf ouve ex-funcionários de escritório de advocacia investigado pela Operação Zelotes

A CPI do CARF ouviu nesta quinta-feira (15) dois ex-funcionários do escritório de advocacia JR Silva, um dos investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Gegliane Bessa e Hugo Borges confirmaram que o escritório repassava altos valores a pessoas, em envelopes com dinheiro em espécie.

Um dos beneficiados era Juliano Nardes, sobrinho do ministro do TCU, Augusto Nardes. Para a relatora da CPI, senadora Vanessa Graziotin (PCdoB - AM),  há indícios fortes do envolvimento de Juliano Nardes e do tio dele, Augusto Nardes, no recebimento de valores, segundo investigações da Polícia Federal.

15/10/2015, 13h04 - ATUALIZADO EM 15/10/2015, 15h01
Duração de áudio: 02:14
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DO CARF OUVIU HOJE DOIS EX-FUNCIONÁRIOS DO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA JR SILVA, UM DOS INVESTIGADOS PELA OPERAÇÃO ZELOTES, DA POLÍCIA FEDERAL. LOC: GEGLIANE BESSA E HUGO BORGES CONFIRMARAM QUE O ESCRITÓRIO REPASSAVA ALTOS VALORES A PESSOAS, EM ENVELOPES COM DINHEIRO EM ESPÉCIE. UM DOS BENEFICIADOS ERA JULIANO NARDES, SOBRINHO DO MINISTRO DO TCU, AUGUSTO NARDES. MAIS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC: A assistente administrativa do escritório de advocacia JR Silva, Gegliane Bessa, confirmou que fazia pagamentos em espécie rotineiramente a advogados e outras pessoas que frequentavam o escritório, entre os anos de 2009 e 2012. Segundo Gegliane, alguns pacotes entregues por ela a estas pessoas chegavam a conter 250 mil reais. As informações foram confirmadas por Hugo Borges, também ouvido pela CPI na mesma audiência. Entre os nomes citados pela ex-funcionária estão João Batista Gruginski, Edson Pereira Rodrigues e Juliano Nardes, sobrinho do ministro do TCU, Augusto Nardes. (GEGLIANE) Juliano também eu cheguei a fazer pagamento. (Vanessa) Quem é esse Juliano? Esse Juliano estava sempre lá. (Vanessa) Qual é o nome dele inteiro? (Gegliane) Juliano Nardes. (Paula) Segundo, Gegliane ela repassou valores a Juliano Nardes 2 ou 3 vezes A relatora da CPI, senadora Vanessa Graziotin, do PCdoB do Amazonas, citou uma lista feita por Gegliane de nomes com códigos e valores cujos repasses eram feitos. A ex-funcionária do escritório informou que as quantias eram repassadas em um envelope e que muitas vezes o próprio dono do escritório, e ex-conselheiro do Carf, José Ricardo Silva, entregava os valores aos beneficiados. Ela também confirmou as informações do ex-encarregado do escritório, Hugo Borges, de que a ex-ministra Erenice Guerra frequentava o escritório, além do ex-ministro Silas Rondeau. A senadora Vanessa Graziotin afirmou que há indícios fortes do envolvimento de Juliano Nardes e do tio dele, Augusto Nardes no recebimento de valores, segundo investigações da Polícia Federal. (VANESSA) Existem sérios indicativos que inclusive o próprio tio que fez parte da empresa, era o real proprietário da empresa, o seu sobrinho só entrou depois, tenha recebido recursos também. Há um indicativo muito forte. (Paula) Já sobre a ex-ministra Erenice Guerra, que foi citada durante os depoimentos, a relatora afirmou que ela não será alvo da investigação da CPI já que o nome da ex-ministra aparece de forma muito isolada nas investigações da Operação Zelotes. Na próxima quinta-feira a CPI se reúne para votar requerimentos, entre eles, a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Juliano Nardes. Da Rádio Senado, Paula Groba.

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