Segundo pesquisa, 40% das policiais já sofreram assédio dentro das corporações — Rádio Senado
Violência Contra a Mulher

Segundo pesquisa, 40% das policiais já sofreram assédio dentro das corporações

22/09/2015, 19h18 - ATUALIZADO EM 22/09/2015, 19h36
Duração de áudio: 01:57
Waldemir Barreto/Agência Senado

Transcrição
LOC: QUATRO EM CADA DEZ POLICIAIS JÁ SOFRERAM ASSÉDIO SEXUAL OU MORAL DENTRO DAS CORPORAÇÕES LOC: SEGUNDO PESQUISA DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS APRESENTADA NESTA TERÇA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, NA MAIOR PARTE DAS VEZES O ABUSO PARTE DE UM SUPERIOR. REPÓRTER CINTHIA BISPO. (Repórter) Segundo dados da Fundação Getulio Vargas divulgados durante a audiência pública da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a mulher, 40% das policias femininas sofreram assédio moral e sexual dentro das corporações. E a maioria dos abusos parte de um superior. O levantamento feito de forma anônima ouviu mulheres da perícia criminal, guardas municipais, Corpo de Bombeiro e das Polícias Civil, Federal e Militar. Casos como o das policiais militares Marcela de Oliveira e Katya Queiroz, que denunciaram assédio de um tenente em Patrocínio, Minas Gerais, ainda são minoria. Apenas 12% das mulheres entrevistadas denunciaram o abuso. Segundo Marcela de Oliveira, um dos motivos para o baixo índice é o medo de retaliação (Marcela de Oliveira) Constantemente militares e colegas de serviço chegavam até mim e avisava que era para eu ter cuidado, abrir o olho, que eles estavam tentando me pegar de qualquer forma, que algo coisa iria acontecer.. (Repórter) A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, ponderou que a violência contra policias é ainda mais complicada do que no contexto geral, já que elas muitas vezes não têm a quem recorrer. (Vanessa Grazziotin) Infelizmente isso não é algo que acontece só em Minas Gerais. Precisamos efetivamente federalizar esse crime, eu disse que isso é muito simbólico. Porque nós sofremos problemas em todos os espaços da sociedade, agora no âmbito da policia as coisas são piores ainda, como no exercito. No meu estado infelizmente isso tem sido comum, mulheres militares, policiais serem agredidas e ficar por isso mesmo. (Repórter) A Comissão também aprovou debates para as próximas reuniões sobre a situação da violência contra mulheres nas universidades do país. E ainda uma audiência pública sobre o projeto de lei que pune a divulgação não autorizada de imagens e vídeos de mulheres na internet.

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