CPI do Assassinato de Jovens debate relatório que revela 16% dos homicídios serem causados por policiais — Rádio Senado
Violência

CPI do Assassinato de Jovens debate relatório que revela 16% dos homicídios serem causados por policiais

24/08/2015, 22h43 - ATUALIZADO EM 24/08/2015, 22h43
Duração de áudio: 02:20
CPI do Assassinato de Jovens (CPIADJ) promove audiência pública interativa com especialistas – representantes do Instituto Igarapé, da Anistia Internacional Brasil e do Grupo Mães de Maio.

Mesa:
representante do Grupo Mães de Maio, Vera Lúcia Gonzaga dos Santos;
representante do Grupo Mães de Maio, Terezinha Maria de Jesus;
representante do Grupo Mães de Maio, Débora Maria da Silva;
senador Telmário Mota (PDT-RR);
assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional Brasil, Renata Neder Farina de Souza;
pesquisadora do Instituto Igarapé, Renata Avelar Gianinni;

Foto: Moreira Mariz/Agência Senado
Moreira Mariz

Transcrição
LOC: AUDIÊNCIA DA CPI DO ASSASSINATO DE JOVENS DISCUTIU NESTA SEGUNDA-FEIRA A VIOLÊNCIA POLICIAL. LOC: SEGUNDO RELATÓRIO DA ANISTIA INTERNACIONAL, NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS, 16% DOS HOMICÍDIOS SÃO CAUSADOS POR POLICIAIS EM SERVIÇO. REPÓRTER IARA FARIAS BORGES: (Iara): A representante da Anistia Internacional, Renata Neder Farina de Souza, apresentou dados do relatório intitulado “Você matou meu filho – homicídios cometidos pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro”. Segundo informou, os policiais agem encapuzados, atiram sem motivo e modificam a cena do crime para dificultar as investigações. Em sua opinião, as políticas contra a violência devem levar em conta a violência praticada pelo Estado. (Renata) “Imaginar que a Polícia em serviço é responsável por 16% do total de homicídios é muito chocante. Qualquer política de redução de homicídio no Brasil deve olhar também para a redução de homicídios causados pela operações policiais. E isso a gente está falando especificamente das mortes causadas pela policia em serviço sem considerar, por exemplo ,as mortes causadas por policiais fora do serviço e por grupos de extermínio e milícias”. (Iara): Vera Lúcia Gonzaga dos Santos, mãe de uma jovem de vinte anos, morta por policiais quando estava grávida de nove meses, perguntou a quem recorrer para ter segurança nas comunidades onde vivem. (Vera Santos) “Então eu pergunto pra vocês: que país é esse? Quem vai ajudar a gente? Então, está na hora. Porque o braço armado é bem mais forte, porque eles têm o poder e usam o manto da impunidade, nós não”. (Iara): O senador Telmário Mota, do PDT de Roraima, ressaltou a importância da CPI para contribuir com a redução da violência contra os jovens brasileiros. (Telmário) “A grande importância dessa CPI, ela tem uma responsabilidade muito grande de ajudar essas mães, essa pessoas em busca de elucidar fazer justiça e evitar que outras mães outras crianças outros jovens também sejam vitimados”. (Iara): Participaram da audiência representantes do Movimento Mães de Maio, que reúne mulheres que perderam filhos de forma violenta, muitas delas tiveram seus filhos mortos em ação da polícia do Rio de Janeiro em maio de 2006, que deixou mais de 600 pessoas mortas. Também participou do debate a pesquisadora Renata Avelar Gianinni, do Instituto Igarapé. A próxima audiência da CPI será nesta sexta-feira, dia 28, em Natal. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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