Presidente da Mitsubishi no Brasil nega que empresa pagou propina a membros do Carf — Rádio Senado

Presidente da Mitsubishi no Brasil nega que empresa pagou propina a membros do Carf

LOC: O PRESIDENTE DA MITSUBISHI NO BRASIL NEGOU QUE A EMPRESA TENHA CONHECIMENTO DE PAGAMENTOS DE PROPINAS A MEMBROS DO CARF, O CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS.  

LOC: MAS OS SENADORES NÃO SE CONVENCERAM. EM 2010, A MONTADORA CONSEGUIU REDUZIR UMA MULTA COM A RECEITA FEDERAL QUE INICIALMENTE ERA DE 266 MILHÕES DE REAIS E PASSOU PARA CERCA DE 1 MILHÃO. OS DETALHES COM A REPÓRTER PAULA GROBA.  

TÉC (Repórter) O presidente da Mistsubishi no Brasil, Robert Rittscher afirmou que a empresa não tem conhecimento de tratativas de seu setor jurídico com o Carf na análise de processos da empresa. Ele afirmou que a Mistsubishi contrata escritórios de consultoria e de advocacia, como a Marcondes e Mautoni Empreendimentos para resolver questões fiscais. Robert afirmou que a marca repudia qualquer ação de suborno. 

(ROBERT) Não é prática da empresa esse tipo de coisa e se soubéssemos que alguns dos fornecedores, alguns dos prestadores de serviços tivesse alguma relação com isso, automaticamente interromperíamos o trabalho. 

(Repórter) A empresa Marcondes e Mautoni é uma das investigadas na operação Zelotes da Polícia Federal. Segundo as investigações, a empresa buscava direcionar os julgamentos ao atuar junto com ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf. Durante a audiência, o senador José Pimentel, do PT do Ceará, leu conteúdos da troca de emails entre advogados envolvidos no esquema, entre eles, José Ricardo da Silva, contratado pela Marcondes e Mautoni. Nos emails, os advogados já anunciavam o resultado de uma votação no Carf favorável à Mistsubishi num processo no qual a empresa teria uma multa reduzida de 266 milhões de reais, para pouco menos de 1 milhão de reais. De acordo com o senador Pimentel, esses advogados utilizaram esse caso para chantagear outras empresas com multas vultosas no Carf. 

(PIMENTEL) O que eu chego à conclusão é que foi montado dentro do Carf um grupo para tentar achacar empresas, que montavam o processo, procuravam as empresas que estavam nessa situação, posteriormente eles articulavam dentro da turma a maneira de reduzir isso que não tinha embasamento legal mas terminavam levando vantagens sobre as empresas.

(Repórter) Para o presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, houve uma ação criminosa no caso. 

(ATAÍDES) Eu percebo que houve um sucesso nesse julgamento. Um sucesso escuso, um sucesso criminoso. 

(Repórter) Após o depoimento, a CPI aprovou as quebras do sigilo telefônico do presidente da Mistsubishi, Robert Rittscher e os sigilos fiscais e bancários de ex-conselheiros do Carf e advogados que atuavam junto ao órgão, além de reconvocar o ex-conselheiro do Carf, Leonardo Manzan. Da Rádio Senado.
09/07/2015, 01h19 - ATUALIZADO EM 09/07/2015, 01h19
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