CAE debate definição de percentual mínimo de cacau para produtos de chocolate — Rádio Senado

CAE debate definição de percentual mínimo de cacau para produtos de chocolate

LOC: A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DISCUTIU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA A DEFINIÇÃO DE UM PERCENTUAL MÍNIMO DE CACAU PARA QUE UM PRODUTO POSSA SER CONSIDERADO CHOCOLATE. 

LOC: AGRICULTORES ELOGIARAM O PROJETO, E UM PRODUTOR DE CHOCOLATE DA SERRA GAÚCHA PEDIU PRAZO MAIOR PARA A APLICAÇÃO DA NOVA REGRA. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.  

TÉC: A senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, apresentou um projeto de lei que define o percentual mínimo de 35% de cacau para que um produto seja considerado chocolate. A proposta estabelece ainda que o teor de cacau deve constar do rótulo. Lídice da Mata afirma que o objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade do produto nacional.  

(LÍDICE): Esse setor movimenta 12 bilhões de reais por ano, o Brasil é o terceiro maior consumidor de chocolate no mundo e o quinto maior produtor de cacau. Se trata de um debate e um projeto relevante para a economia nacional. 

(REPÓRTER) O percentual de 35%, de acordo com a senadora e produtores de cacau que participaram da audiência pública, é o mesmo que Estados Unidos e Europa utilizam. Guilherme de Castro Moura, Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau, defendeu a iniciativa. 

(GUILHERME) Nada mais é do que aproximar a legislação do mercado. O mercado demanda cada vez mais produtos com uma alta concentração de cacau. Essa já é uma tendência do mercado. 

(REPÓRTER) Luiz Pinto de Oliveira, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário do Pará, também apoiou a proposta, e disse que é preciso mostrar para a população os benefícios do chocolate para a saúde. 

(LUIZ) Mostrar pra sociedade o benefício que o chocolate faz pra saúde da população. Quem faz mal pra saúde é o açúcar. E esse projeto ele empurra o acúcar pra fora do chocolate. 

(REPÓRTER) Helinton José Rocha, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, destacou que é importante incentivar a melhoria do chocolate brasileiro. 

(HELINTON) avançar na qualidade do produto nacional. Temos que ter mecanismos mercadológicos capazes de premiar por classificação do produto a qualidade dele. 

(REPÓRTER) Henrique Almeida, presidente da Associação dos Produtores de Cacau da Bahia, acredita que o projeto vai estimular toda a cadeia produtiva do chocolate.  

(HENRIQUE): Esse marco regulatório vai forçar com que toda essa cadeia seja movimentada. (REP): Mas o presidente da Associação da Indústria e Comércio de Chocolates Caseiros de Gramado, José Schneider, defendeu um diálogo maior entre produtores de cacau e de chocolate e a extensão do prazo para a implantação das novas regras. Schneider acredita que 180 dias são insuficientes para a troca dos rótulos, por exemplo. 

(SCHNEIDER): Então teria que ser no mínimo uns 18 meses essa lei. Para todo mundo ficar sabendo e se preparar para isso. Se não vamos dar um tiro de quem tá querendo fazer chocolate mas tá criando uma despesa para ele. Mesmo eu sendo o maior de gramado pra mim seria um problema de fazer uma embalagem em curto prazo e mudar. Porque eu teria que jogar uma parte fora. É custo pra mim. 

(REPÓRTER): No próximo dia 17, a produção de cacau e chocolate voltará a ser discutida pelo Senado, desta vez em reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. A audiência pública será na Bahia.
01/04/2015, 01h58 - ATUALIZADO EM 01/04/2015, 01h58
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