Senadores questionam encontro de Cardozo com advogados de investigados — Rádio Senado

Senadores questionam encontro de Cardozo com advogados de investigados

LOC: SENADORES QUESTIONAM ENCONTRO DE MINISTRO DA JUSTIÇA COM ADVOGADOS DE EMPRESA INVESTIGADA PELA OPERAÇÃO LAVA JATO 

LOC: A OPOSIÇÃO QUER QUE JOSÉ EDUARDO CARDOZO SEJA CONVOCADO NO SENADO PARA PRESTAR ESCLARECIMENTOS. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER MARCELLA CUNHA. 

(Repórter) O senador Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, vai pedir a convocação do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado assim que ela for instalada. O senador ainda sugeriu que, caso venha a ser instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobrás, que está sendo proposta por partidos da oposição, o ministro também seja ouvido. Para o líder do PSDB, Cardozo deve esclarecer as circunstâncias de uma audiência realizada no Ministério com advogados de uma empreiteira investigada na operação Lava Jato. Cássio Cunha Lima disse que faltou transparência ao não listar a reunião na agenda oficial do ministro. 

(Cássio Cunha Lima) “Por que a negativa? Por que esconder o encontro? O que ali foi tratado? E não se pode requerer como deseja o ministro o manto protetor do sigilo porque neste instante na República não pode haver sigilo. Sobretudo durante o curso de uma investigação conhecida de todos e que tem na Polícia Federal um dos braços de investigação. Polícia Federal esta que é comandada pelo ministro da Justiça". 

(Repórter) Em nota oficial, Cardozo afirmou “não há absolutamente nada de ilegal ou de irregular em receber advogados que pretendem representar contra eventuais atos ilegais que julguem ter ocorrido no âmbito da atividade de órgãos da pasta”. O ministro alegou que o agendamento da reunião não foi registrado em seus compromissos oficias por uma falha do sistema. A senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, afirmou que a realização da audiência não foi negada pelo Governo e que não há necessidade de convocar o ministro. 

(Gleisi Hoffmann) “Não ficou em branco apenas a agenda que ele tinha com esses advogados. Toda a sua agenda tava com problemas e vai ser restituída. Eu fui ministra. Nós somos obrigados a registrar a agenda. E tenho certeza que jamais o ministro usaria um subterfúgio desse porque ele saberia que mais cedo ou mais tarde as suas agendas se tornariam públicas.” 

(repórter) O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, também criticou o encontro e chegou a defender a demissão do Ministro da Justiça.
18/02/2015, 05h31 - ATUALIZADO EM 18/02/2015, 05h31
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