Empresário nega irregularidades em pagamento de comissão a Youssef — Rádio Senado

Empresário nega irregularidades em pagamento de comissão a Youssef

LOC: A CPI MISTA DA PETROBRAS OUVIU NA MANHÃ DESTA QUINTA-FEIRA O SÓCIO-DIRETOR DA EMPRESA SANKO-SIDER, MARCIO BONILHO. 

LOC: ELE FOI CONVOCADO PARA ESCLARECER AS RELAÇÕES QUE MANTINHA COM O DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF E COM O EX-DIRETOR DE ABASTECIMENTO DA PETROBRAS PAULO ROBERTO COSTA, AMBOS PRESOS NA OPERAÇÃO LAVA JATO DA POLÍCIA FEDERAL. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:  

TÉC: Márcio Bonilho negou qualquer irregularidade e disse que a empresa Sanko-Sider atua há 18 anos no mercado de importação de produtos siderúrgicos, como tubos e conexões em aço. Essas peças foram utilizadas, por exemplo, nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde há suspeita de superfaturamento. Bonilho afirmou que somente dois por cento das vendas da Sanko-Sider são feitas diretamente para a Petrobras. Os outros 98 por cento são transações com empresas privadas. Bonilho confirmou que pagou trinta e três milhões de reais a Alberto Youssef a título de comissão por negócios que o doleiro intermediou com empreiteiras, mas assegurou que tudo foi feito de forma legal:  

(MÁRCIO BONILHO) A nossa empresa não vendeu absolutamente nenhum produto à refinaria Abreu e Lima. Eu vendo para as construtoras que prestam diversos serviços. Eu paguei 33 milhões de reais ao Youssef, ou seja, não tenho negócio com a MO e a GFD. Paguei 33 milhões de reais em negócios pelo serviço de comissão de Youssef e ele cedeu crédito para essas empresas. 

(REPÓRTER) Segundo as investigações da Polícia Federal, a MO Consultoria e GFD Empreendimentos seriam empresas de fachada de Alberto Youssef. Márcio Bonilho confirmou que conheceu Paulo Roberto Costa dois anos depois da saída dele da Petrobras. Bonilho disse que contratou uma empresa de consultoria de Paulo Roberto Costa para ampliar no exterior o leque de contatos comerciais da Sanko-Sider; mas o negócio não foi para frente e o contrato foi desfeito em quatro meses. O depoimento de Márcio Bonilho, no entanto, não convenceu o senador Gim Argello, do PTB do Distrito Federal, vice-presidente da CPMI: 

(GIM) Um depoente preparado para responder no limite, bem aconselhado, bem instruído pelos seus advogados. Eu acho que não contribuiu, eu acho que não foi convincente. Todo mundo notou que ele ficou dentro da margem da orientação para não se incriminar mais. 

(REPÓRTER): Parlamentares da Oposição solicitaram uma reunião administrativa da CPMI para analisar os pedidos de novos depoimentos e quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico como os do representante da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil, Julio Faerman. Essa reunião pode acontecer na próxima quarta-feira.
27/11/2014, 00h47 - ATUALIZADO EM 27/11/2014, 00h47
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