Comissão debate se novo acordo ortográfico deve ser aprofundado — Rádio Senado

Comissão debate se novo acordo ortográfico deve ser aprofundado

LOC: O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DEVE SER MANTIDO COMO ESTÁ OU AS MUDANÇAS NA LÍNGUA PORTUGUESA DEVEM SER APROFUNDADAS? 

LOC: ESTE É O DEBATE QUE A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO VEM PROMOVENDO COM UM GRUPO DE TRABALHO TÉCNICO, FORMADO POR ESPECIALISTAS. A PARTIR DE OUTUBRO, A COMISSÃO VAI PROMOVER UMA SÉRIE DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SOBRE O TEMA. REPÓRTER NARA FERREIRA: 

TÉC: O acordo ortográfico deveria ter entrado em vigor em 2013, mas foi adiado para janeiro de 2016. Desde então, a Comissão de Educação estuda formas de trazer para a sociedade o debate sobre mudanças na Língua Portuguesa. Para o presidente da Comissão de Educação, senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, é urgente promover uma discussão nacional. A ideia, segundo o senador, é buscar um consenso entre os países de língua portuguesa sobre possíveis alterações. Nas audiências, a Comissão de Educação pretende apresentar alguns dos temas levantados pelos professores e linguistas. Participam do Grupo de Trabalho Técnico, o Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa; a Academia de Letras de Brasília; a Associação Brasileira de Lingüística, Abralin, e o movimento Simplificando a Ortografia. Não há uma proposta ou projeto de lei formal da Comissão sobre o tema. A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, foi autora do requerimento que pedia o adiamento do acordo. 

(ANA AMÉLIA) não é que nós estejamos querendo anular o acordo, não, o acordo tem que ser preservado, algum ajuste pequeno pode ser feito. 

(REPÓRTER) O professor Ernani Pimentel, idealizador do projeto Simplificando a Ortografia, e um dos coordenadores do grupo de trabalho, destaca que o acordo ortográfico é marcado por contradições. 

(ERNANI) A rigor, não existe um professor de língua portuguesa e, portanto, um cidadão que fale o português, que consiga saber usar o hífen porque há muitas contradições nas regras. E isso é um ponto chave.

(REPÓRTER) Já a linguista Stella Bortoni lembra que o fórum adequado para decidir sobre possíveis mudanças no acordo é a Academia Brasileira de Letras, bem como instituições específicas dos demais integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ela discorda da alegação de que mudanças na ortografia possam facilitar a alfabetização 

(STELLA) Não se facilita a alfabetização simplificando a ortografia. O que se tem que fazer é que a escola brasileira tenha melhor qualidade, que os professores tenham uma formação mais sólida 

(REPÓRTER) A reforma ortográfica será discutida também em setembro, em Brasília, no Seminário Internacional Linguístico-Ortográfico da Língua Portuguesa.
21/08/2014, 01h06 - ATUALIZADO EM 21/08/2014, 01h06
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