Senado debate mortalidade materna e humanização do parto — Rádio Senado

Senado debate mortalidade materna e humanização do parto

LOC: O SENADO DISCUTIU A MORTALIDADE MATERNA E A HUMANIZAÇÃO DO PARTO NESTA TERÇA-FEIRA.  

LOC: OS ESPECIALISTAS APONTARAM QUE O BRASIL PRECISA REDUZIR O NÚMERO DE CESARIANAS E PREPARAR OS PROFISSIONAIS PARA DAR MAIS INFORMAÇÃO E CUIDADO À GESTANTE. REPÓRTER ANA BEATRIZ SANTOS. 

(Repórter) Apesar do esforço do Ministério da Saúde para implantar o atendimento humanizado e o respeito aos direitos das gestantes as mulheres ainda enfrentam tratamento desumano nos hospitais brasileiros. Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo realizada em 2010 indica que 31 por cento das mães foram vítimas de violências na hora do parto, como xingamentos, exames desrespeitosos e a imposição da cesariana. A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos Ideli Salvatti afirmou que o elevado número de cesarianas no Brasil indica que os profissionais de saúde, principalmente na rede privada, buscam o conforto e o benefício financeiro na hora de indicar às gestantes como será feito o parto. 

(Ideli Salvatti) Porque parto natural significa o médico a médica ficar de plantão (...) porque não sabe na hora que vai acontecer, mas a cesárea você marca. “ 

(Repórter) A representante da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Vera Soares, lembrou que a formação dos médicos precisa ser mais humanizada, para facilitar o acesso da grávida a informações sobre as opções de parto. O médico Dario Pachi, do Ministério da Saúde, alertou que as mortes das mães acontecem por razões evitáveis, como hipertensão, hemorragia, infecção e abortamento. Ele destacou que desde que o Programa Rede Cegonha começou a ser implantado, em 2011, o número de mortes foi reduzido, mas continua em níveis muito altos, por isso, é preciso aumentar a atenção básica. Para senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, presidente da Comissão de Direitos Humanos, o disque 180, que recebe denúncias de violência contra a mulher, deve ser usado para denunciar o atendimento inadequado na hora do parto.  

(Ana Rita) “talvez de um atendimento não adequado que traz conseqüências serias para a mãe e o bebe, que possa ser informado pelo 180 e o ministério da saúde possa ter informações de monitorar e cobrar e corrigir eventuais falhas que ainda aconteçam no nosso país”.

(Repórter) O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Infantil são comemorados em 28 de maio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, mais da metade dos partos no Brasil são feitos por meio de cesariana, enquanto o recomendado é 15 por cento.
27/05/2014, 04h03 - ATUALIZADO EM 27/05/2014, 04h03
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