Senadores e especialistas analisam situação energética do país — Rádio Senado

Senadores e especialistas analisam situação energética do país

LOC: A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DISCUTIU NESTA QUARTA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA A SITUAÇÃO ENERGÉTICA DO PAÍS. 

LOC: ESPECIALISTAS E REPRESENTANTES DO GOVERNO FALARAM SOBRE RISCO DE APAGÃO, CUSTO DE TERMELÉTRICAS E SITUAÇÃO DAS HIDRELÉTRICAS, ENTRE OUTROS PONTOS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: O Presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirmou que em termos de chuvas e reservatórios, as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste talvez vivam hoje a pior situação dos últimos 80 anos. Mas que isso não significa crise ou motivo para alarme. 

(MAURÍCIO): Apesar de estarmos na situação, eu diria, janeiro e fevereiro muito pior em termos de hidrologia que em 2001, que originou o racionamento, temos uma situação estrutural completamente distinta de 2001. Em 2001 o País não estava preparado para enfrentar uma situação de hidrologia ruim como temos hoje. 

(REP): Tolmasquim disse que o consumo de 2001 para cá cresceu 50% enquanto a capacidade de geração de energia aumentou 73%. O problema é que para abastecer o sistema com eletricidade em tempos de hidrologia ruim é preciso utilizar as termelétricas, mais caras e poluentes. O Presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, admitiu os avanços no sistema, mas a entidade alerta que ainda há muito a ser feito para assegurar a segurança elétrica no País. O senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, disse que a hidrologia não pode ser apontada como a única responsável por quedas de energia ou risco de desabastecimento. Ferraço, que foi quem sugeriu a audiência pública na Comissão de Infraestrutura, leu um trecho de documento do Instituto Acende Brasil com alguns exemplos de problemas no setor que não podem ser atribuídos à falta de água nos reservatórios. 

(FERRAÇO): Há usinas que não podem operar por falta de transmissão. Há linhas de transmissão ociosas por falta de subestações para receber energia. Há distribuidoras que incorrem em sobrecustos por atrasos de obras de transmissão. O processo de licenciamento é constante fonte de incerteza mesmo após a emissão de licenças. 

(REP): O Presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp, disse que é impossível afastar o risco de interrupções no fornecimento de energia, mas que o sistema é robusto, apesar do termo apagão estar sempre na imprensa. O Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, também defendeu a robustez do sistema e destacou que o setor elétrico tem força para superar a atual conjuntura.
12/03/2014, 01h10 - ATUALIZADO EM 12/03/2014, 01h10
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