Senadores fazem avaliações diferentes sobre nova eleição de Bachelet no Chile — Rádio Senado

Senadores fazem avaliações diferentes sobre nova eleição de Bachelet no Chile

LOC: SENADORES FAZEM AVALIAÇÕES DIFERENTES SOBRE A NOVA VITÓRIA DE MICHELE BACHELET NO CHILE. 

LOC: RICARDO FERRAÇO, PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E ROBERTO REQUIÃO, VICE-PRESIDENTE DO PARLASUL, COMENTAM O RETORNO DA SOCIALISTA À PRESIDÊNCIA DO CHILE. REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

TÉC: Foi uma vitória por ampla margem na contagem de votos válidos, com 62% contra 38% da concorrente pela coligação governista e de direita, Evelyn Matthei. Mas ao mesmo tempo foi uma eleição marcada por uma abstenção recorde. 59% dos eleitores não compareceram às urnas para escolher uma das duas candidatas, o que já faz com que amplos setores da política chilena, incluindo a própria vitoriosa Michele Bachelet, considerem o retorno do voto obrigatório nas próximas eleições. E para o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Ricardo Ferraço do PMDB do Espírito Santo, este alto índice de abstenção se deveu a dois fatores: um sentimento de descrédito com a política por parte da população e também a expectativa por um resultado já mais do que esperado nas últimas semanas, a vitória de Michele Bachelet. 

(RICARDO FERRAÇO): Com relação à baixa freqüência dos eleitores, isto se deve em meu juízo a duas questões: primeiro de certa forma o desgaste por parte do sistema político representativo; segundo, me parece que foi também um 2º. turno com um resultado muito previsível. 

(REPÓRTER): Bachelet exerceu a presidência do Chile entre 2006 e 2010, e agora retorna para um novo mandato de 4 anos com uma plataforma ousada: promete uma reforma tributária com taxações maiores sobre as empresas e os ricos, visando o financiamento dos programas sociais. Também pretende reformar o sistema educacional e aprovar uma nova Constituição, pois a atual carta ainda é da época do regime militar comandado por Augusto Pinochet. Mas o vice-presidente do Parlamento do Mercosul, o senador Roberto Requião do PMDB do Paraná, admite que tem dúvidas se Bachelet poderá de fato cumprir estes compromissos. 

(ROBERTO REQUIÃO): Ela venceu com quórum miserável, 60% de abstenção, o que mostra que a população está completamente decepcionada com a política. Ela é tida como moderada, eu diria que é muito mais que moderada. Ela foi presidente, não alterou a Constituição do Pinochet. Eu diria que a Bachelet tá mais pra Fernando Henrique do que pra Lula, não é de esquerda mesmo. Ela não alterou nada na vida do Chile, a promessa de mudar a Constituição, vamos ver como é que isto acontece. Eu não vejo na Bachelet uma presidente revolucionária. 

(REPÓRTER): Apesar de ter conseguido maioria no Congresso, Bachelet não tem votos suficientes para fazer todas as mudanças que promete e vai ter que negociar com a oposição. A atual Constituição só pode ser alterada com o apoio de dois terços dos parlamentares.
16/12/2013, 11h17 - ATUALIZADO EM 16/12/2013, 11h17
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