Especialistas debatem expansão das usinas hidrelétricas no Brasil — Rádio Senado

Especialistas debatem expansão das usinas hidrelétricas no Brasil

LOC: ESPECIALISTAS DEFENDERAM AS USINAS HIDRELÉTRICAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA PELAS COMISSÕES DE INFRAESTRUTURA E DE MEIO AMBIENTE NESTA QUARTA-FEIRA. 

LOC: ELES RESSALTARAM O CUSTO REDUZIDO E MENOR IMPACTO AMBIENTAL, MESMO QUANDO GRANDES ÁREAS SÃO ALAGADAS, EM COMPARAÇÃO ÀS OUTRAS FORMAS DE ENERGIA. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: O debate foi chamado para discutir as usinas hidrelétricas a fio d'água, em que não é formado um reservatório. Esse método tem sido utilizado notadamente na Amazônia, como na usina de Belo Monte, no rio Xingu, e nas usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. O professor da Unicamp, Sérgio Bajay, ressaltou que a topografia da Amazônia favorece esse tipo de usina, mas que o Brasil ainda tem vários lugares onde é possível criar reservatórios, mesmo na região Norte, e reclamou que a pressão de ambientalistas parece impedir a construção de novas barragens. O professor da Universidade Federal do Paraná e ex-ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, considerou irracional a oposição à criação de reservatórios. Os dois professores disseram que sob os aspectos financeiros ou ambientais, as hidrelétricas são de longe a melhor opção para o país. E que o governo não pode abandonar as usinas com reservatórios, porque essas cumprem outras funções, como a regulação de cheias, navegabilidade, lazer, turismo, suprimento de água e irrigação, além de dar mais segurança em períodos de estiagem. Após ouvir a defesa das barragens, o senador Flexa Ribeiro quis saber por que o governo parece ter optado pela construção de usinas fio d'água. 

(FLEXA): Por que, Márcio Zimmermann, o MME parece estar optando por usinas a fio d'água. Qual a motivação? Se as políticas públicas definidas neste Congresso Nacional não obrigam o poder executivo a renunciar aos reservatórios? 

(REP): O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que não há uma política de priorizar essa ou aquela hidrelétrica. O que existe é uma necessidade crescente por eletricidade, e o governo não pode prescindir de nenhuma forma de geração de energia. 

(MÁRCIO): Não existe a politização no aspecto de ter um Partido do Reservatório ou do Sem Reservatório. No inventário, quando se faz um trabalho sério tecnicamente, você identifica todas as usinas. O fato de implantar umas primeiro que outras é uma opção de momento. 

(REP): O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, também participou da audiência pública. Ele defendeu uma ênfase maior no planejamento para evitar surpresas na obtenção de licenças e reduzir os impactos ambientais das obras de usinas, hidrelétricas ou não.
14/08/2013, 12h52 - ATUALIZADO EM 14/08/2013, 12h52
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