Enfraquecimento da OMC não é bom para nenhum país, diz Roberto Azevêdo — Rádio Senado

Enfraquecimento da OMC não é bom para nenhum país, diz Roberto Azevêdo

LOC: A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO VIVE UM MOMENTO DE TRANSIÇÃO, MAS SEU ENFRAQUECIMENTO NÃO É BOM PARA OS PAÍSES RICOS, NEM PARA OS POBRES E NEM PARA OS EM DESENVOLVIMENTO. 

LOC: A AFIRMAÇÃO FOI FEITA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES PELO NOVO DIRETOR-GERAL ELEITO DA OMC, O BRASILEIRO ROBERTO AZEVEDO. CONFIRA AS INFORMAÇÕES NA REPORTAGEM DE SERGIO VIEIRA. 

TEC: A eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para a direção-geral da OMC, a Organização Mundial do Comércio, foi vista como uma grande vitória da diplomacia brasileira, reconhecida também na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Nesta quinta-feira Azevedo expôs para os senadores seus planos para a Organização cujos destinos assume a partir de setembro. Azevedo disse que vê a OMC num momento de transição, preocupante, e que o enfraquecimento da capacidade de articulação daquela organização mundial, se acontecer, não será bom pra ninguém. 

(ROBERTO AZEVEDO): O sistema está completamente paralisado, as negociações estão emperradas já há quase 20 anos. O que é uma situação extremamente preocupante. É importante quebrar este ciclo, a Organização não se atualizou. Se o sistema multilateral continuar paralisado vai haver uma desconexão muito grande entre as disciplinas e as regras que são negociadas no contexto bilateral e as fundações do edifício. E isso vai encarecer negócios, e vai dificultar as transações internacionais em geral.

(REP): A prioridade imediata de Roberto Azevêdo será trabalhar por um consenso mínimo já em dezembro para a Rodada Doha, um acordo extremamente complexo que envolve 159 países e busca a diminuição das barreiras agrícolas e industriais. O senador Cristovam Buarque do PDT do Distrito Federal também considera preocupante um possível enfraquecimento da OMC para o Brasil, diante de uma maior integração entre outros países que são marcados por um grande dinamismo econômico. 

(CRISTOVAM BUARQUE): Essas formações de Blocos que nós estamos ficando de fora. O bloco dos países do Pacifico, o bloco do Atlântico Norte e nós estamos ficando modestamente com 5 países do Mercosul. Esta realidade é preocupante, como eu pessoalmente considero.

(REP): A Comissão também aprovou a indicação de dois embaixadores: Henrique Silveira deverá chefiar a embaixada do Brasil em Israel e Eduardo Barbosa na Argélia. Os nomes seguem para votação em Plenário.
23/05/2013, 01h50 - ATUALIZADO EM 23/05/2013, 01h50
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