Comissão debate demanda mundial e produção de petróleo e gás no país — Rádio Senado

Comissão debate demanda mundial e produção de petróleo e gás no país

LOC: A COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA A DEMANDA MUNDIAL E A PRODUÇÃO BRASILEIRA DE PETRÓLEO E GÁS.  

LOC: ESSE FOI O QUINTO PAINEL DE DEBATES SOBRE ENERGIA E DESENVOLVIMENTO. O REPÓRTER NILO BAIRROS TRAZ OS DETALHES:  

(Repórter) O debate mostrou as diferenças de pensamento entre meio acadêmico e setores do governo. O diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, Ildo Sauer, lembrou que o Brasil nem mesmo sabe quanto possui de petróleo para extrair. As estimativas vão desde 50 até 300 bilhões de barris. Por isso, o professor acha que não deve haver pressa para extrair o petróleo, e sim para apurar as reais reservas. Depois, o país deve planejar a forma de investir esses recursos, que, segundo Ildo Sauer, podem no futuro financiar a infraestrutura, as novas tecnologias e até a saúde e a educação: 

(Ildo Sauer) Existe uma alta probabilidade que nas próximas 3, 4 5 décadas o preço do petróleo se mantenha elevado, de modo que ele lá de baixo, com tecnologia assegurada, com uma empresa pronta e capaz de intervir e transformá-lo em moeda no ritmo necessário - que é a Petrobras -, petróleo no subsolo provavelmente vai ter mais valor e valorizar mais do que qualquer investimento financeiro em qualquer moeda. 

(Repórter) Ildo Sauer defendeu que o Brasil suspenda os próximos leilões para concessões de bacias de petróleo. A proposta foi descartada pelo presidente da Empresa Brasileira de Energia, Maurício Tolmaskin, que a considerou “temerária”. Outro a cobrar do governo uma postura mais estratégica no cenário mundial foi o professor Adilson Oliveira, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele lembrou que grandes países têm buscado alternativas para depender menos do petróleo, como os Estados Unidos, que dia a dia estão substituindo o diesel pelo gás de xisto nos seus caminhões. Maurício Tolmaskin explicou que o governo trabalha para aumentar a produção do diesel a ponto do país deixar de ser deficitário, como é hoje, para ser um exportador do produto em 2025. Sobre o gás, Tolmaskin informou que o Brasil tem hoje uma reserva de meio trilhão de metros cúbicos, mas avaliou que o gás do pré-sal deve ser visto com cautela: 

(Maurício Tolmaskin) Apesar de ter gás no pré-sal ele está muito longe, 300 quilômetros, muito profundo, quer dizer, a economicidade de trazer esse gás, que tem gás, tem, mas o custo que ele vai chegar aqui, se ele chega a preço que a gente realmente necessita. 

(Repórter) Também participou do debate o gerente executivo de abastecimento e logística da Petrobras, Eduardo Autran.
06/05/2013, 10h48 - ATUALIZADO EM 06/05/2013, 10h48
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