Senadores esperam garantia de Legislativo mais independente — Rádio Senado

Senadores esperam garantia de Legislativo mais independente

LOC: OS SENADORES ESPERAM QUE OS NOVOS PRESIDENTES DO SENADO E DA CÂMARA CUMPRAM COM A PROMESSA DE UM LEGISLATIVO MAIS INDEPENDENTE. 

LOC: ENTRE OS COMPROMISSOS ESTÃO A APRECIAÇÃO DE VETOS PRESIDENCIAIS E UMA PAUTA PRÓPRIA DO LEGISLATIVO. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN. 

(Repórter) O deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB do Rio Grande do Norte, foi eleito presidente da Câmara nessa segunda-feira com 271 votos. Ele derrotou a deputada Rose de Freitas, do PMDB capixaba, que obteve 47 votos, e os deputados Júlio Delgado, do PSB mineiro, com 165 votos, e Chico Alencar, do PSOL fluminense com 11 votos. Mas, nos discursos, todos defenderam a autonomia do Congresso Nacional ao cobrarem a apreciação dos vetos e uma pauta que privilegie os projetos de lei de senadores e deputados. O novo presidente da Câmara ainda sugeriu a criação de um orçamento impositivo para evitar que o governo federal retenha as emendas individuais, que são recursos da União destinados a obras e projetos dos parlamentares em seus municípios. Henrique Alves mandou um recado para o Palácio do Planalto ao destacar a prioridade para uma pauta própria do Legislativo. 

(Henrique Alves) Esse Parlamento não foi feito para ganhar tempo. Não foi feito para empurrar com a barriga nem para enrolar. Foi feito para discutir e votar, debater e decidir. 

(Repórter) O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira, do Ceará, admitiu que o Legislativo não tem sido pró-ativo. 

(Eunício Oliveira) É preciso que esse Parlamento se afirme. Não podemos ser uma extensão do Poder Executivo ou Judiciário. Os Poderes têm que ser harmônicos, mas independentes entre si. Sempre defendi que essa harmonia não significa subserviência. 

(Repórter) Já o presidente do Democratas, senador José Agripino Maia, do Rio Grande do Norte, elogiou a postura dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Mas sinalizou que vai cobrar o compromisso assumido pelo deputado Henrique Alves e pelo senador Renan Calheiros. 

(José Agripino) A independência não pode ser um discurso da boca para fora. Aqueles que falam que vão fazer têm que fazer. Então, os vetos e as matérias importantes têm que ser votadas. As medidas provisórias têm que ser evitadas para ficarem num número razoável para que o Poder Legislativo seja respeitado. 

(Repórter) Entre os assuntos que deverão ser decididos que não agradam o governo está a apreciação de mais de 3 mil vetos presidenciais. Os da partilha dos royalties do petróleo e os do Código Florestal são os que preocupam o Palácio do Planalto.
04/02/2013, 07h52 - ATUALIZADO EM 04/02/2013, 07h52
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