Entidades querem avaliação de estudantes para o exercício da medicina
LOC: ENTIDADES MÉDICAS DEFENDERAM NO SENADO, NESTA QUARTA-FEIRA, UMA AVALIAÇÃO DOS ESTUDANTES DE MEDICINA ANTES QUE COMECEM A EXERCER A PROFISSÃO.
LOC: PROPOSTA COM ESSE OBJETIVO ESTÁ EM ANÁLISE NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E FOI O CENTRO DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA. O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO ACOMPANHOU O DEBATE E TEM OS DETALHES.
(Repórter) O projeto, em discussão no Senado desde 2004, propõe que, ao final do curso de Medicina, o aluno só possa receber o registro de médico se passar em uma prova de proficiência, nos moldes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Entidades médicas confirmaram o cenário da má qualidade no ensino e defenderam uma avaliação. Mas Renato Azevedo Júnior, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, criticou as avaliações atuais, como o Enade - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - porque os alunos reprovados ainda recebem o diploma e nada acontece com as faculdades.
(Renato Azevedo Júnior) Hoje, o Brasil tem 197 cursos de Medicina autorizados, a gente só perde pra Índia. A Índia tem 210 cursos, só que a Índia tem um bilhão de habitantes. Na verdade hoje, quem entrar numa faculdade de Medicina se forma médico. Não há reprovação nas faculdades de Medicina, a aprovação é automática.
(Repórter) José Luiz Bonamigo Filho, da Associação Médica Brasileira, lembrou que além do problema do atendimento médico individual, a má formação dos novos médicos prejudica todo o sistema de saúde.
(José Luiz Bonamigo Filho) O médico recém-formado hoje é um médico que pede muitos exames, e quando recebe os resultados não sabe o que fazer com aqueles resultados. Esses médicos que nós estamos formando hoje vão ficar 40 anos fazendo uma medicina cara e não resolutiva, porque são médicos que não têm segurança.
(Repórter) Apesar do consenso sobre a necessidade do exame, o seu formato ainda está em discussão. O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, disse que uma das sugestões é que a prova seja feita a cada dois anos, durante o curso. E que os alunos que reprovarem tenham que repetir o período de estudo. O relator do projeto, senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, pediu a colaboração das entidades para elaborar o texto final.
(Cyro Miranda) Nós precisamos juntos fazer alguma coisa e urgente. Nos temos que pontuar todas essas sugestões. Como fazer. E expor a universidade, expor a faculdade que não aprova ninguém. Porque o aluno, quando for prestar o seu vestibular, ele vai pensar muito bem.
(Repórter) O presidente da Federação Nacional dos Médicos defendeu ainda a aprovação do ato médico pelo Congresso Nacional.
LOC: PROPOSTA COM ESSE OBJETIVO ESTÁ EM ANÁLISE NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E FOI O CENTRO DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA. O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO ACOMPANHOU O DEBATE E TEM OS DETALHES.
(Repórter) O projeto, em discussão no Senado desde 2004, propõe que, ao final do curso de Medicina, o aluno só possa receber o registro de médico se passar em uma prova de proficiência, nos moldes do exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Entidades médicas confirmaram o cenário da má qualidade no ensino e defenderam uma avaliação. Mas Renato Azevedo Júnior, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, criticou as avaliações atuais, como o Enade - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - porque os alunos reprovados ainda recebem o diploma e nada acontece com as faculdades.
(Renato Azevedo Júnior) Hoje, o Brasil tem 197 cursos de Medicina autorizados, a gente só perde pra Índia. A Índia tem 210 cursos, só que a Índia tem um bilhão de habitantes. Na verdade hoje, quem entrar numa faculdade de Medicina se forma médico. Não há reprovação nas faculdades de Medicina, a aprovação é automática.
(Repórter) José Luiz Bonamigo Filho, da Associação Médica Brasileira, lembrou que além do problema do atendimento médico individual, a má formação dos novos médicos prejudica todo o sistema de saúde.
(José Luiz Bonamigo Filho) O médico recém-formado hoje é um médico que pede muitos exames, e quando recebe os resultados não sabe o que fazer com aqueles resultados. Esses médicos que nós estamos formando hoje vão ficar 40 anos fazendo uma medicina cara e não resolutiva, porque são médicos que não têm segurança.
(Repórter) Apesar do consenso sobre a necessidade do exame, o seu formato ainda está em discussão. O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, disse que uma das sugestões é que a prova seja feita a cada dois anos, durante o curso. E que os alunos que reprovarem tenham que repetir o período de estudo. O relator do projeto, senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, pediu a colaboração das entidades para elaborar o texto final.
(Cyro Miranda) Nós precisamos juntos fazer alguma coisa e urgente. Nos temos que pontuar todas essas sugestões. Como fazer. E expor a universidade, expor a faculdade que não aprova ninguém. Porque o aluno, quando for prestar o seu vestibular, ele vai pensar muito bem.
(Repórter) O presidente da Federação Nacional dos Médicos defendeu ainda a aprovação do ato médico pelo Congresso Nacional.
