Senadores aproveitam investigações de CPI para defender Reforma Política — Rádio Senado

Senadores aproveitam investigações de CPI para defender Reforma Política

LOC: OS SENADORES APROVEITAM AS INVESTIGAÇÕES DA CPI MISTA DO CACHOEIRA PARA DEFENDEREM A VOTAÇÃO DA REFORMA POLÍTICA. 

LOC: ENTRE AS DISCUSSÕES LEVANTADAS ESTÁ O FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA PARA ACABAR COM O CAIXA DOIS BANCADO PELAS EMPREITEIRAS. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.  

TÉC: Em depoimento nesta semana à CPI Mista do Cachoeira, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Pagot, revelou que pediu a empreiteiras que tinham contratos com o DNIT que fizessem doação de campanha para a então candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. A declaração provocou a retomada do debate sobre o financiamento público de campanha. A comissão especial de Reforma Política do Senado aprovou que os candidatos só poderiam fazer campanha com dinheiro do Fundo Partidário. O financiamento público passou pela CCJ e agora aguarda votação pelo Plenário. Para o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, as investigações do esquema de corrupção do contraventor Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mostram a necessidade de as campanhas serem custeadas apenas com recursos públicos para evitar que a fatura seja cobrada após as eleições por meio de contratos com o Poder Público. Ele citou que a construtora Delta, usada no esquema de Cachoeira, tem centenas de contratos com os governos federal, estaduais e municipais. 

(Randolfe) Não pode continuar existindo o atual sistema de financiamento privado de campanha. Está provado que sai caro para o Brasil esse sistema de financiamento. É uma relação promíscua, é um círculo vicioso, entre agente público em campanha que precisa de financiamento e agentes privados, notadamente empreiteiras, que querem financiar para terem de volta depois contratos públicos. 

REP: O senador Jorge Viana, do PT do Acre, que participou do debate da Reforma Política, também se mostrou favorável ao financiamento público de campanha. 

(Jorge) Essas questões todas que estão envolvidas são, sim, caixa dois. Isso segue uma hipocrisia no Brasil. Acho que se não fizermos uma Reforma Política, mais do que nunca a política só terá respeito se tiver transparência. Transparência principalmente na hora das eleições, da campanha, para mostrar que as pessoas vão vir com a independência necessária para exercer seus mandatos, coisa que no Brasil hoje não é a regra. 

REP: Pelo projeto de financiamento público, a União destinaria cerca de 7 reais por eleitor para o fundo partidário. Considerando o eleitorado atual, os cofres públicos reservariam R$ 1 bilhão para campanhas políticas.
30/08/2012, 01h49 - ATUALIZADO EM 30/08/2012, 01h49
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