Mais dois depoentes se recusam a responder perguntas da CPI — Rádio Senado

Mais dois depoentes se recusam a responder perguntas da CPI

LOC: MUNIDOS DE HABEAS CORPUS, MAIS DOIS DEPOENTES SE RECUSARAM A RESPONDER ÀS PERGUNTAS DOS INTEGRANTES DA CPI MISTA DO CACHOEIRA.

LOC: MAS PARLAMENTARES DEFENDEM QUE O RELATOR POSSA INFORMAR O MOTIVO DA CONVOCAÇÃO E FAZER TODAS AS PERGUNTAS, ANTES DA DISPENSA.  A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.

(REPÓRTER) O ex-tesoureiro de campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo, e atual presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas, Jayme Rincón, e o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás, Aredes Pires, permaneceram em silêncio. Rincón seria sócio de uma das empresas fantasmas do contraventor Carlos Ramos. A CPI descobriu que ele enviou cópias de editais de licitação da Agetop para o ex-vereador Wladimir Garcês, assessor político da organização criminosa. Já Aredes tinha um telefone à prova de grampo usado para repassar informações para Carlinhos Cachoeira. Diante do habeas corpus, o senador Pedro Taques do PDT de Mato Grosso defendeu que as perguntas fossem feitas ao destacar que os questionamentos, apesar do silêncio do depoente, servem para revelar o funcionamento da organização criminosa. 

(Taques) É possível de acordo com o Código de Processo Penal que o juiz e o delegado façam as perguntas uma a uma e aquele que está sendo ouvido se recuse uma a uma a respondê-la. Qual é a vantagem disso? Para que o cidadão brasileiro saiba o que está sendo investigado. Porque lá na frente no relatório, possamos colocar essas perguntas para que o Ministério Público possa levar em conta o que foi perguntado mesmo não tendo sido respondido.

REP: Mas o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo, do PMDB da Paraíba, optou por dispensar os depoentes ao lembrar que essa decisão foi tomada pela Comissão e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.

(Vital) A Justiça já se pronunciou inclusive a respeito do rito. Mas efetivamente, quem tem direito, e nós respeitamos, tentar dentro do próprio rito encontrar brechas para alterá-los, recolhemos essas brechas e estudamos. Se essas brechas não comprometerem a decisão do colegiado, poderemos tê-las.

REP: Essas brechas seriam a sugestão para que apenas o relator faça as perguntas dos demais integrantes da CPI mesmo diante do silêncio do depoente. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, esse procedimento já pode ser adotado no depoimento do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, marcado para a próxima quarta-feira.

(Randolfe) Por isso, apresentamos essa solução para o presidente e para o relator. Sem mudar o rito, façamos as perguntas, encaminhemos ao relator e o relator fará ao Sr. Cavendish.

REP: Além de Cavendish, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Pagot, também deve comparecer à CPI na próxima semana.
22/08/2012, 01h41 - ATUALIZADO EM 22/08/2012, 01h41
Duração de áudio: 02:50
Ao vivo
00:0000:00