Comissão debate ações relativas às mudanças no clima do cerrado — Rádio Senado

Comissão debate ações relativas às mudanças no clima do cerrado

LOC: A COMISSÃO MISTA PERMANENTE SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO CONGRESSO NACIONAL PROMOVEU UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER AS AÇÕES RELATIVAS ÀS MUDANÇAS DO CLIMA DO BIOMA CERRADO.

LOC: PARTICIPARAM DA DISCUSSÃO REPRESENTANTES DA EMBRAPA CERRADOS, DA REDE CERRADO DE ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS E DA SECRETARIA DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS DO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. O REPÓRTER ROGÉRIO DY LA FUENTE ACOMPANHOU E TRAZ MAIS INFORMAÇÕES. 

(REPÓRTER) Segundo maior bioma do país, superado apenas pela Floresta Amazônica, o Cerrado ocupa em torno de 20 por cento do território brasileiro, abriga mais de mil e quinhentas espécies de animais, dez mil espécies vegetais e é o principal espaço com terras agricultáveis. Para a representante da rede cerrado de O-N-Gs, Isabel Figueiredo, assessora técnica do Instituto Sociedade, População e Natureza, é necessário dar melhores condições de envolvimento de comunidades tradicionais de vazanteiros, quilombolas e povos indígenas nos processos de preservação.

(Isabel Figueiredo) Essas comunidades que são consideradas invisíveis, elas têm uma série de desafios legais para conseguirem melhorar sua qualidade de vida e, de fato, poder fazer uso sustentável da biodiversidade, que é sua principal vocação.

(REPÓRTER) O representante da Embrapa Cerrados, geógrafo Balbino Antonio Evangelista, afirmou que a empresa de tecnologia agropecuária tem investido em pesquisa genética de espécies adaptadas aos períodos de intensas chuvas e intensas estiagens que caracterizam o cerrado.

(Balbino Evangelista) Um dos focos principais é identificar variedades mais adaptadas. Tanto agrícolas, quanto outras vegetações. Descoberta de mecanismos moleculares, aí seria a fisiologia, a genética trabalhando para identificar materiais mais resistentes, principalmente a estresse hídrico, resistente à seca.

(REPÓRTER) Já o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, defendeu que o número de unidades de conservação seja duplicado na região do Cerrado. Roberto Brandão Cavalcanti também alertou para o fato de que o novo Código Florestal praticamente esqueceu da necessidade de preservação do Cerrado.

(Roberto Brandão Cavalcanti) A nova lei florestal mantém as premissas pra Amazônia, 80% nas florestas. Agora, no Cerrado, nós ainda não temos esse número. Em algum momento a gente vai ter que, por meio provavelmente de atos legislativos, não é, estabelecer um cenário pra alguns números realmente.

(REPÓRTER) A esta proposta e ao aumento de unidades de conservação o deputado Alfredo Sirkis, do PV do Rio de Janeiro, relatou que o momento não é favorável.

(Alfredo Sirkis) Eu tenho grandes dúvidas a respeito da viabilidade da gente conseguir aprovar aqui novas unidades de Conservação, ou qualquer medida que passe pelo viés do comando e controle.

(REPÓRTER) Como todos os demais biomas brasileiros o cerrado tem sido afetado por mudanças climáticas. Segundo a O-N-G Conservação Internacional, atualmente o bioma registra taxas de desmatamento maiores que as verificadas na Amazônia.
10/08/2012, 05h27 - ATUALIZADO EM 10/08/2012, 05h27
Duração de áudio: 02:27
Ao vivo
00:0000:00